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Channel: A Verdade sobre os Adventistas – Na Mira da Verdade
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Ellen White ensinou que o uso de perucas faz mal à saúde?

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Ellen White escreveu que as perucas, “cobrindo a base do cérebro, aquecem e estimulam os nervos espinhais que se centralizam no cérebro”.

Porém, a qual tipo de peruca ela se referia? Com certeza, não eram as modernas perucas de nossos dias!

Se os críticos fossem mais honestos (não me refiro a todos) teriam considerado todas as declarações dela sobre o assunto, existentes em outras edições do The Health Reformer (não apenas a edição de outubro de 1871, onde se encontra o conselho da profetisa).

Ellen White está falando de um produto muito diferente de nossos dias. Quando se analisa o The Health Reformer de julho de 1867, percebe-se que ela trata de perucas que eram “ramalhetes monstruosos de cabelos encaracolados, algodão, plantas marinhas, lã, barba-de-velho, e outras numerosas abominações”.

Quem usava esse tipo de peruca sentia um forte calor na parte posterior da cabeça e um grande incômodo durante o momento em que permanecia com ela.

Há outro artigo do The Health Reformer que os acusadores deveriam considerar (janeiro de 1871). Nele encontramos a informação sobre as “perucas de juta”, que eram feitas com cascas da árvore e que estavam infestadas de percevejos que se enterravam no couro cabeludo! Imagine se uma peruca dessas iria fazer bem à saúde!

Seria correto julgar o que a autora escreveu sobre as perucas do século 18, tendo como base o nosso século? Reflita nisso, sincero leitor.


Ellen White ensinou que é pecado ser doente?

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A citação (isolada pelos críticos) em que Ellen White afirma isso se encontra em Conselhos Sobre Saúde, p. 37: “É pecado ser doente, pois toda doença é resultado de transgressão”.

Ellen White ensinou o mesmo que Jesus. Ele relacionou a doença ao pecado, em João 5:14: “Mais tarde, Jesus o encontrou no templo [depois de tê-lo curado] e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.” Os críticos terão a audácia de dizer que Cristo estava errado?

Para uma pessoa que sabe ser a doença o resultado da transgressão das leis da natureza, essa afirmação de Ellen White está corretíssima. Sendo que “pecado é a transgressão da lei” de acordo com 1 João 3:4 (até das leis da natureza), é claro que ficar doente se constitui num pecado.

Sendo o corpo sagrado para Deus (1Co 3:16, 17; 6:19, 20), qualquer abuso cometido contra ele – e que lhe cause doenças e sofrimento – é pecado. Se a doença não for pecado, o que ela é, então? Que os críticos dêem uma definição melhor para a doença, “desvinculando-a” do pecado.

A questão é: deveríamos nos atormentarmos com a culpa (por pecar) sempre que ficamos doentes? Não é isso o que Ellen White disse. Apresentarei toda a citação para que o leitor veja se há razão para condenar a escritora pelo que ela afirmou no Conselhos Sobre Saúde:

“É pecado ser doente, pois toda a doença é resultado de transgressão. Muitos sofrem em conseqüência da transgressão de seus pais. Estes não podem ser censurados pelo pecado de seus pais; não obstante, é seu dever, indagar em que seus pais violaram as leis do seu ser, que trouxeram sobre seus descendentes tão desditosa herança; e naquilo em que os hábitos de seus pais foram errados, devem eles mudar de procedimento, e guiar-se por hábitos corretos, em melhor relação para com a saúde.”

Ela afirma que, mesmo sendo pecado ser doente, os “muitos que sofrem em consequência da transgressão de seus pais não podem ser censurados pelo pecado de seus pais”. Aqui ela se refere às doenças hereditárias e aconselha a todo doente a descobrir no que seus pais erraram (em nível de comportamento errado que trouxe doença), a fim de que não cometa os mesmos erros contras as leis naturais que regem o corpo.          

“Interessante” é que os acusadores não se preocuparam em ver a mensagem central do Conselhos Sobre Saúde e se apegaram a um texto isolado de maneira pretensiosa. Se você ler a página 29, por exemplo, verá que, mesmo sendo pecado ficar doente, há solução para todo pecador:

“Quando o evangelho é recebido em sua pureza e poder, é uma cura para as doenças originadas pelo pecado. O Sol da Justiça ergue-Se trazendo “cura nas Suas asas”. Mal. 4:2. Todos os recursos do mundo não podem curar um coração quebrantado, nem comunicar paz de espírito, nem remover o cuidado, nem banir a enfermidade. A fama, o engenho, o talento – são todos impotentes para alegrar um coração dolorido ou restaurar uma vida arruinada. A vida de Deus na alma, eis a única esperança do homem.”

Ela apresenta o evangelho como fonte de cura “para as doenças originadas pelo pecado”. Entre os inúmeros conselhos que ela dá sobre a saúde, sempre o poder de Deus é apresentado como o remédio para nossas enfermidades. Por que os acusadores não se detêm a esse ponto?

Finalizo com uma pergunta aos críticos:

Ficar doente é “o resultado da graça de Deus” ou resultado do pecarmos contra as leis naturais? Com base em sua resposta, releia agora tal citação de Ellen White e verá que não há motivos para alarme.

Mulheres herdam a cintura fina das mães?

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Entre as declarações de Ellen White consideradas “descabidas” está aquela em que a autora “afirma” terem algumas mulheres herdado cintura fina das mães. Transcreverei toda a citação para você perceber que alguns “antiwhiteanos” têm problemas com a leitura:

“Ao amarrar o corpo, os órgãos internos das mulheres são comprimidos fora de suas posições. É raro encontrar uma mulher que esteja completamente saudável. A maioria delas têm várias doenças. Muitas têm enfrentado problemas de fraqueza e tem tido muita dor. Estas mulheres vestidas elegantemente não podem transmitir boa constituição para seus filhos. Algumas mulheres têm naturalmente cinturas pequenas. Mas ao invés de se considerar tais formas como bonitas, elas devem ser vistas como defeituosas. Estas “cinturas de vespa” podem ter sido transmitidas a elas por suas mães, como resultado de sua indulgência na prática corrompida do uso de espartilho, e em conseqüência de respiração imperfeita. As pobres crianças nascidas destas miseráveis escravas da moda têm diminuída a sua vitalidade, e estão predispostas a contrair doenças. As impurezas retidas no organismo em conseqüência da respiração imperfeita são transmitidas para sua descendência” (Review and Herald, 31 de outubro de 1871).

A autora está sendo contra o uso de espartilhos que, naquela época, comprimiam os órgãos vitais, trazendo assim doenças.

Perceba que ela não faz uma revelação profética ou afirmação categórica de que todas as mulheres tenham herdado uma cintura fina por causa do erro das mães em usar espartilhos.

Ela afirma que as “cinturas de vespa” podem ter sido transmitidas. Faz uma declaração cautelosa sem caráter profético e emite uma opinião pessoal que nem ela mesma julga como sendo uma verdade incontestável!

O mais importante no trecho são os princípios de saúde ensinados. Ela mostra que aquilo que se veste poderá influenciar sobremaneira na no bem-estar da pessoa.

Os críticos têm prazer em ler nos escritos de Ellen White aquilo que não existe. Deus lhes pedirá contas.

O “obelisco” no túmulo de Ellen White

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Algumas pessoas acusam Ellen White de ter tido envolvimento com a maçonaria por que próximo ao túmulo dela há um “obelisco”. Realmente há um monumento em forma de obelisco no lote onde se encontram os túmulos da família White. Estive lá neste ano (2011) em Battle Creek, Michigan, e até tirei uma foto ao lado, como você pode ver na foto que ilustra esse artigo (rsrsrs).

O que alguns exagerados ignoram é que monumentos em forma de obelisco (não era um obelisco em si) eram comuns naqueles dias para marcar o território em que uma família se encontrava em um cemitério. Quando passei por alguns cemitérios antigos como o de Low Hampton, Nova York (se não me engano era nessa cidade) vi que tal monumento se encontra próximo aos túmulos de outros cristãos.

Portanto, no século XIX um monumento em forma de obelisco não era problema para os crentes.

É importante considerarmos que Ellen White era totalmente contra a maçonaria, como podemos ler no livro Evangelismo, p. 617-623. Em sua argumentação ela usa 2 Coríntios 6:14, que recomenda: “não vos prendais a um jugo desigual com infiéis”, para afirmar que Deus proíbe os cristãos de se associarem à maçonaria.

Na página 619, ao tratar das sociedades secretas, ela afirmou que essas sociedades “não têm nenhuma ligação com Deus” e que “nenhum cristão sincero pode prosperar em tal atmosfera”. E, na página 622 ela foi taxativa:

“Aqueles que se acham sob a ensanguentada bandeira do Príncipe Emanuel [Cristo], não se podem unir aos maçons, ou com qualquer organização secreta”.

Quando Ellen White esteve na Austrália, deu uma forte mensagem nesse sentido ao irmão N. D. Faulkhead, que era envolvido com a maçonaria. Deus revelou a ela em visão muitas coisas sobre a vida dele em tal sociedade, e disse por intermédio da profetisa que “Só havia uma coisa a fazer – cortar sua ligação com eles (maçons) e estar todo do lado do Senhor” (“Evangelismo”, p. 621).

O anjo que comunicou o fato a ela lhe mostrou um sinal particular que era conhecido apenas pela mais alta ordem maçônica. Quando ela fez tal sinal na presença dele, Faulkhead ficou convencido de que Deus havia falado com ela. Isso o deixou tão impressionado que abandonou a maçonaria! (Mais detalhes sobre essa história podem ser lidos em “A Verdade Sobre os Anjos”, p.p. 257, 258).

Sendo que ela tirou uma pessoa da maçonaria, como poderia ter envolvimento com tal sociedade secreta? Portanto, quando alguns afirmam que ela estava “ligada à maçonaria” por causa de um simples monumento decorativo, tais indivíduos só podem estar com algum problema! Precisam se informar melhor e/ou buscar tratamento psicológico com urgência.

As formas geométricas não foram criadas pelos maçons

Também devemos considerar que objetos em forma de obeliscos ou outras figuras geométricas não são exclusivos da maçonaria ou de outros movimentos secretos. As formas geométricas pertencem a Deus, mas, infelizmente o ser humano usa de maneira errada.

Ao responder sobre a presença do “obelisco” no túmulo de Ellen White, veja que argumento interessante William Fagal, diretor do Ellen G. White Estate, nos EUA, apresentou:

“A cruz em si já foi um símbolo odioso da opressão e crueldade de Roma, mas hoje, os cristãos ao redor do mundo a utilizam como um símbolo da nossa redenção através de Cristo.” (A resposta dele completa se encontra no livro “101 Questions About Ellen White and Her Writings”, p. 39-41. Pacific Press Publishing Association, 2010).

Os nomes dos dias da semana são de deuses pagãos. Entretanto, não somos considerados idólatras, pois, em nossos dias tais nomes nada mais têm a ver com o paganismo. Isso evidencia definitivamente que símbolos podem ter seus significados mudados, de modo que não precisamos nos preocuparmos com isso.

Ao invés de lermos esses sites de gente extremista que está de mal com a vida, coloquemos diante de nós boa literatura, para que sejamos edificados através de assuntos que realmente edificam e nos preparam para a Volta de Cristo (Mt 24:42, 44).

Além disso, separemos nosso tempo para ajudar os maçons no preparo para a Segunda Vinda do Senhor (Ap 1:7; Mc 16:15). Ao invés de acusá-los de “satanistas” (o que não é verdade), falemos a eles do quanto Deus os ama e da importância de se prepararem para o juízo final, que será em breve (Mt 25:31-46).

Os adventistas ensinam que os observadores do domingo têm o sinal besta?

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Os adventistas do sétimo dia não ensinam que os crentes que guardam o domingo têm o sinal da besta.

O livro “Questões Sobre Doutrina”, que apresenta a posição oficial dos adventistas a respeito de suas doutrinas distintivas, assim se posiciona a respeito de nossa compreensão sobre o “sinal da besta”:

“Os adventistas do sétimo dia creem que as profecias de Daniel 7 e Apocalipse 13, relativas à besta, se referem particularmente ao papado [não aos irmãos católicos que nada têm a ver com isso!], e que as atividades e o futuro poder perseguidor serão postos em nítida evidência exatamente antes da volta do Senhor em glória. Compreendemos que o sábado, então [no futuro], se tornará uma prova mundial” (“Questões Sobre Doutrina” [Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009], p. 158)

Apesar de tamanha clareza, muitos críticos alegam que “os adventistas ensinam que os observadores do domingo têm o sinal da besta”. O texto a seguir de Ellen White deixará ainda mais escancarado a mentira dos tendenciosos que escrevem sem ir às fontes primárias:

“Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade (O Grande Conflito, p. 449)

E ela continua, na mesma página:

“Quanto, porém, a observância do domingo for imposta por lei [algo futuro], e o mundo for esclarecido [ninguém será pego de surpresa nesse ponto] relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira o papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem”. (Confira também o que ela escreveu no livro “Evangelismo”, p. 234, 235).

Perceba que Ellen White diz que as pessoas receberão a marca da besta “quando a observância do domingo for imposta por lei” e “o mundo for esclarecido” sobre o verdadeiro dia de guarda. Ela não afirma em hipótese alguma que os cristãos hoje têm a marca da besta, mas sim que certos religiosos terão tal sinal depois que for dado o decreto dominical (conferir Apocalipse 13), que obrigará a todos a fazerem do domingo o dia de guarda no lugar do sábado da criação, memorial do Deus Criador e sinal da autoridade dEle (Ex 20:8-11; Ap 14:6,7).

Seria incoerente Ellen White acusar a todos os cristãos atuais de “seguidores da besta” sendo que ela mesma diz que eles estão “verdadeiros cristãos” e que estão “em todas as igrejas”! Avalie isso à luz da evidência.

De maneira clara Ellen White – e os adventistas informados – ensinam que a observância do domingo hoje ainda não é o sinal da besta.

GOSTO PESSOAL VERSUS HONESTIDADE INTELECTUAL

Que os críticos não gostem das mensagens de Ellen White é de se esperar. Porém, é lamentável a maneira tendenciosa com que muitos deles distorcem os escritos dela para colocarem em sua “caneta” aquilo que ela jamais escreveu.

Pelo menos por uma questão de cristianismo, honestidade acadêmica e salvação eterna (Ap 22:15), deveriam apresentar todo o posicionamento dela sobre o assunto, para que pessoas sinceras não desenvolvam um preconceito injustificável contra a mensagem adventista que é puramente cristã.

Graças a Deus por pessoas como o apologista Dr. Walter Martin, que depois de pesquisar pessoalmente sobre o adventismo, escreveu:

“É minha convicção que não se pode ser uma verdadeira Testemunha de Jeová, Mórmon, cientista cristão, etc., e ser um cristão no sentido bíblico do termo; mas é perfeitamente possível de ser um Adventista do Sétimo Dia e ser um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo a despeito de certos conceitos heterodoxos…” (Walter Ralston Martin, “The Kingdom of the Cults” [Mineápolis, Minessota: Bethany House Publishers, 2003], p. 535)

Dr. Martin não chegou a essa conclusão por acaso. Ele leu o que a liderança da Igreja escreveu sobre a marca da besta no livro “Questions on Doctrine”, publicado na língua portuguesa (Questões Sobre Doutrina), na página 161 (versão em português):

“Temos a firme convicção de que milhões de cristãos piedosos de todas as crenças, através de todos os séculos do passado, bem como aqueles que atualmente confiam sinceramente no Salvador Jesus para se salvarem e que O seguem em conformidade com a luz que receberam, inquestionavelmente estão salvos”.

Espero de coração que os críticos sinceros se arrependam de acusarem os adventistas de “exclusivistas”, pois, oficialmente reconhecemos que muitos que guardaram (e guardam) o domingo (na sua sinceridade de coração, conforme a luz que receberam) serão salvos, sem necessariamente serem adventistas do sétimo dia. Claro: isso não é desculpa para continuar pecando, transgredindo ao quarto mandamento, depois de receber luz sobre o assunto (1Jo 2:4; Mt 7:21-23; Ap 14:12).

DICAS FINAIS

Caso tenha vindo a sua mente uma citação de Ellen White em que ela “afirma” que “santificar o sábado implica em salvação eterna”, clique aqui para compreender o texto em seu contexto. Vá direto à “fonte” e não perca o seu tempo em sites e livros de críticos que são “mestres” em descontextualizar os escritos adventistas.

Em momento oportuno irei expor a você um breve estudo exegético e histórico sobre Apocalipse 13. Enquanto procuro tempo para isso, você poderá:

a) Estudar o ótimo livro “Podría Ocurrir? Apocalipsis 13 a la luz de la historia y los sucesos actuales”, de Marvin Moore.

Pode ser adquirido com a Asociación Casa Editora Sudamericana (ACES, na Argentina) pelo site http://www.aces.com.ar (o valor está em Pesos, não em Reais)

b) Ler a Parte V do livro “Questões Sobre Doutrina” que responde “Perguntas Sobre o Sábado, o Domingo e o Sinal da Besta” (p. 138-168), especialmente a resposta à pergunta 18 (p. 157-159), que apresenta “O Conceito Histórico do Sinal da Besta”. Você verá que a interpretação adventista de Apocalipse 13 (a respeito do papado na profecia e não do sábado) é a mesma seguida pelo protestantismo no passado!

 

“Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (At 17:11)

Ellen White ensinou que o excesso sexual é motivo de doenças?

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Com a facilidade de acesso às informações na atualidade, inclusive as crianças sabem que até mesmo as coisas boas, quando usadas (ou praticadas) em excesso, fazem mal à saúde. Alguns dos críticos de Ellen White, no desejo (doentio?) de desmerecer os escritos dela, ignoram tal fato tão evidente e chegam ao ponto de menosprezar o que ela escreveu sobre o “excesso sexual”, alegando que ela era “uma doida” que “não sabia sobre o que estava escrevendo”.

A citação na qual eles “apoiam” conclusões tão infelizes é esta: “O excesso sexual destruirá, com efeito, o amor para com os cultos devocionais, tirará do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, vindo positivamente a debilitar a vitalidade.” (O Lar Adventista, p. 124).

Os críticos deveriam ser imparciais e também acusar de “herege” o Dr. David Horrobin, M.D. e Ph.D. pela Universidade de Oxford por ter declarado (aqui ele fala sobre a masturbação):

“A quantidade de zinco no sêmen é tanta que é possível uma ejaculação eliminar todo o zinco que pode ser absorvido pelos intestinos em um dia. Isto tem diversas conseqüências. A menos que a quantidade perdida seja substituída com uma dieta reforçada, as repetidas ejaculações podem levar a uma deficiência real de zinco e vários problemas podem ocorrer, inclusive a impotência”. (David F. Horrobin, M.D., Ph.D., Zinc [St. Albans, Vt.: Vitabooks, Inc., 1981], p. 8. Ver também Carl C. Pfeiffer, Ph. D., M.D., Zinc and Other Micro-Nutrients [New Canaan, Conn.: Keats Publishing, Inc., 1978], p. 45.)

Por que não vemos os críticos falando contra esse médico? Por que só os vemos “lembrando” Ellen White? É para se pensar…

O sexo é um presente de Deus para os casais casados, mas, se for praticado em excesso, sem que os cônjuges dediquem tempo para crescer em outras áreas da vida, é óbvio que fará mal. Não precisa ser médico para saber isso. Se tudo em nossa vida girar em torno do sexo, nossa saúde física, mental e espiritual será prejudicada.

E não poderia ser diferente, pois, possuímos uma natureza integral, onde todos os aspectos do SER precisam se desenvolver harmonicamente. E num casamento ambos precisam se dedicar ao sexo, às amizades, comunhão com Deus (em primeiro lugar), trabalho, esporte, lazer, filhos, etc. Se o tempo todo foi dedicado a “investir” apenas em um aspecto da vida, com certeza o organismo responderá negativamente. E a relação tende a enfraquecer.

Porém, você sabia amigo(a) leitor(a) que a ênfase de Ellen White na citação do livro O Lar Adventista não é no número de relações sexuais praticadas por um casal e sim no que eles fazem entre quatro paredes? Veja todo o contexto da citação e tire suas próprias conclusões (estou até cansado de tanto usar a palavra “contexto”, mas, o que fazer se os críticos são maldosos e/ou ignorantes ao ponto de descontextualizarem o que ela escreveu?). Transcreverei o que ela escreveu nas páginas 124, 125 do livro O Lar Adventista e grifarei algumas palavras e frases:

“Homens e mulheres, um dia aprendereis o que seja a concupiscência e os frutos de a satisfazer. Pode-se encontrar no casamento paixão de tão baixa qualidade, como fora dele.

“Qual o resultado de dar livre curso às paixões inferiores? … O leito conjugal, onde anjos de Deus devem estar presentes, é profanado por práticas perversas. E porque domina deprimente animalismo, os corpos são corrompidos; práticas abomináveis levam a enfermidades abomináveis. O que Deus deu como uma bênção tem-se feito uma maldição.

“O excesso sexual destruirá com efeito o amor para com os cultos devocionais, tirará do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, vindo positivamente a debilitar a vitalidade. Mulher alguma deve ajudar o marido nesta obra de autodestruição. Ela não o fará caso esteja esclarecida, e tenha por ele verdadeiro amor.

Quanto mais condescendência houver com as paixões animais, tanto mais fortes se tornarão elas, e mais violentos serão seus reclamos quanto à satisfação. Que os homens e mulheres tementes a Deus despertem para o seu dever. Muitos professos cristãos sofrem de paralisia de nervos e cérebro, devido a sua intemperança neste sentido.”

Percebeu caro internauta? Quando ela diz que “o excesso sexual destruirá, com efeito, o amor para com os cultos…” e provocará “autodestruição” e corromperá “o corpo”, ela se refere às “paixões inferiores”, “práticas perversas”, “animalismo” e “paixões animais”. Ela trata das práticas sexuais animalescas que degradam a natureza humana e que clamam cada vez mais por satisfação (o que leva à perda de energia cerebral e moral, diminuindo o Sistema Imunológico, trazendo assim doenças).

Não posso lhe dizer quais são todas as práticas “animalescas” as quais ela se refere, porém, é possível garantir que ela se refere a comportamentos sexuais pervertidos como a pornografia, que trazem infelicidade à esposa e doença ao marido, em especial (pois é ele quem mais clama por satisfação dos desejos “animalescos”).

O crítico que se identificou neste blog como “Jan”, e que me enviou uma série de “erros de Ellen White” (falta-me refutar apenas três!) deveria colocar a mão na consciência e ter mais temor a Deus.

Ninguém é obrigado a acreditar que Ellen White foi profetisa. Porém, respeitar o que ela escreveu sem descontextualizar suas declarações mais “polêmicas”, é o mínimo que um cidadão de bem deve fazer para que seja um fiel promotor do cristianismo e um bom exemplo a toda sociedade secular.

Ellen White teve epilepsia?

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“Sou profissional da área da saúde [e pastor "Cristão Evangélico"] e afirmo que muitas doenças são causadas por contaminações bacterianas, seus BURROS. Além do mais, Ellen G. White era EPILETICA e sofria constantes convulsões. Seria ela portadora de tantos pecados assim, a ponto de parecer ser uma endemoninhada?”

Olá, Paulo Henrique Santos,

Além de profissional da área de saúde, você deveria também ser um profissional do respeito e da boa educação.

Mesmo que Ellen White tivesse tido epilepsia, isso não dá a pessoa alguma o direito de menosprezá-la por isso. Qualquer um que tenha tal problema é digno de nosso mais puro respeito, se tivermos o mínimo de sensibilidade diante do sofrimento humano.

Será importante esclarecer alguns pontos para que não continue na ignorância:

1) Ellen White NUNCA foi epiléptica. Pelo menos não há provas disso. Recomendo que pesquise em fontes primárias, como, por exemplo, o livro de Herbert E. Douglass, intitulado “Mensageira do Senhor – o ministério profético de Ellen White” (Casa Publicadora Brasileira, 2003).

Há nesse material uma refutação bem elaborada a tal crítica descabida – de que ela possuía problemas mentais. Refiro-me mais especificamente às páginas 62-65, onde há a seguinte declaração, na p. 62:

“Em resposta à acusação de que ela sofria de epilepsia do lobo frontal, oito professores da Escola de Medicina e Enfermagem na Universidade de Loma Linda, incluindo três neurologistas, mais um psiquiatra do Norte da Califórnia, estudaram as evidências disponíveis. Em 1984 eles escreveram um relatório intitulado: ‘Sofria Ellen White de Crises Parciais Complexas?’

“O relatório afirma: Diagnosticar um distúrbio de crise parcial complexa (epilepsia psicomotora ou do lobo frontal) não é algo muito fácil, mesmo com a ajuda de técnicas modernas como a eletroencefalografia e a gravação em vídeo. Portanto, o estabelecimento de um diagnóstico dessa natureza, retroativo a uma pessoa falecida há quase 70 anos e, levando-se em conta que não existem registros médicos, só pode ser, na melhor das hipóteses, especulativo, vago e controverso”.

Esse relatório foi publicado na revista Ministry (Advent Review) de agosto de 1984, de modo que espalhar esse tipo de acusação contra ela é uma evidência clara da falta de conhecimento daquilo que realmente foi comprovado.

Gostaria que você, como profissional da área da saúde, apontasse-me nos registros científicos o número de pessoas epilépticas que conseguiram deixar escritas cerca de 100.000 páginas à mão (sobre as mais diversas áreas do saber humano), sem ter concluído o primário.

Apreciaria que me apontasse o número de epilépticos que estão entre os primeiros no topo da lista dos escritores mais traduzidos no mundo (Ellen White está em terceiro, no momento).  Aguardarei com expectativa sua resposta.

2) O fato de todas as doenças serem consequência do pecado (e de nossa transgressão das leis naturais de Deus) EM NADA contradiz o fato de que elas são causadas também por contaminação bacteriana (ou virótica). Uma coisa não exclui a outra, pois, ao transgredirmos as leis de saúde, damos às bactérias ou vírus “oportunidades” para nos prejudicar.

Portanto, leia com mais atenção o que EGW escreveu sobre o assunto, bem como artigo que postei, sobre o qual fez tal comentário desrespeitoso.

Despeço-me com um texto bíblico para sua reflexão:

“Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem.” (E 4:29, NTLH).

Deus o ilumine.

O ministério de Ellen White: a “operação do erro de Satanás”

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Não aprecio textos longos para a internet até mesmo por que, do ponto de vista da comunicação on-line, eles não são os ideais. Porém, há casos em que uma resposta mais longa se torna necessária, especialmente quando a verdade dos fatos está em jogo (Jd 1:3, 4), comprometendo assim a espiritualidade das pessoas, que estão sendo influenciadas terrivelmente pela mentira (Ap 22:15).

Recebi uma mensagem do internauta Maurício Moraes, onde ele apresenta os comentários do “Ministério Cristão Apologético” (MCA) a respeito do “ministério profético/místico” de Ellen White. Em seu post, o escritor do MCA, que se chama Luciano, propõe, através de várias “considerações”, que o bonito e prolífico ministério de Ellen é a “operação do erro de Satanás”, mencionada em 2 Tessalonicenses 2:9-11.

A ignorância é a mãe das “desvirtudes” (peço licença para uso do neologismo) e, nas poucas vezes que acessei o site de tal “ministério apologético”, percebi que ela (a ignorância) é “idolatrada” também por tal oponente. Só Deus sabe se ele presta esse falso “culto” motivado pelo ódio, e/ou ignorância quanto a existência de fontes primárias, e das respostas adventistas já publicadas a questionamentos que ele toma emprestado de outros críticos. Não posso julgar (Mt 7:1, 2).

Não vou me ater à “exegese” (interpretação) proposta pelo autor em torno de 2 Tessalonicenses 2:9-11, pois, ela é tão descabida que não há um comentarista sério (e nem os tão sérios assim…) que aceite um absurdo interpretativo daquele calibre. Vou me deter nas distorções históricas e doutrinárias para que você, leitor, avalie por si mesmo o grau de conhecimento histórico dos inimigos de Ellen White e conclua se eles são realmente dignos de algum crédito.

BOLA FORA – PARTE 1

Se a precisão histórica de tal apologista fosse tão aguçada quanto seu zelo contra o adventismo, ele teria tido contato com literatura produzida oficialmente pela Igreja Adventista, para que a pesquisa dele fosse digna de confiança. Veja a seguir as ousadas “considerações” do MCA e os tremendos “bolas-fora” da parte do referido escritor:

Ao considerar que “Ellen White se desviou de uma igreja cristã! (Hb 6.1-5; 1 Jo 2.19)”, ele deveria ter informado seus leitores que ela saiu do metodismo por ter abraçado algumas verdades adicionais, porém, jamais abandonou a fé cristã. Além disso, a compreensão adventista sobre a justificação pela fé é mais parecida com a apresentada por Wesley – e isso, obviamente, teve influência de Ellen White que, mesmo sendo co-fundadora do adventismo, nunca abandonou, por exemplo, a doutrina da Salvação pela graça que havia aprendido em sua antiga denominação.

Na nova igreja, através do estudo da Bíblia e inspiração de Deus, ela aperfeiçoou os próprios conceitos. Aperfeiçoar a própria teologia pode fazer parte da experiência de vida de qualquer pessoa que tenha a mente aberta e disposta a mudar seus conceitos. Nada há de errado nisso, desde que a Bíblia influencie tais mudanças.

Bastaria uma leitura do livro Caminho a Cristo e um breve estudo sobre o “Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas” para evitar tamanha distorção. Com a leitura desse livro e de um estudo sobre desenvolvimento das doutrinas adventistas, o autor teria percebido que Ellen White jamais abandonou a doutrina metodista da salvação pela fé e importância de uma vida santificada em Cristo (1Co 1:2; Rm 6:22; Rm 6:22).

Ao considerar que “Ellen White não se importou com advertência de Jesus em Mt 24.36! (Lc 21.8) o referido apologista deveria ter informado que Ellen White nunca marcou datas para a volta de Jesus. Foi o batista Guilherme Miller quem marcou um período para a volta de Cristo (1843) e, posteriormente, o evangélico Samuel Snow (22 de outubro de 1844), quem se aventuraram nessa área.

Ellen White fez parte do grupo que creu nas pregações de Miller e que ficou decepcionado por Cristo não ter voltado no momento estipulado. Todavia, por causa de tal amarga experiência e depois que foi chamada por Deus para ser profetisa, foi contra qualquer tentativa de se marcar datas para a volta de Cristo. Apenas uma leitura do livro Mensagens Escolhidas, vol. 1 teria ajudado o oponente a evitar tamanho deslize. Na página 188 ela escreveu: “Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”

Ao considerar que Ellen White era falsa por que “[...] conviveu e comungou com arianos que blasfemaram contra a doutrina da Trindade… (Jd 4)”, ele desconsiderou que o adventismo era composto por pessoas de várias confissões religiosas e que, portanto, é natural que, no processo formativo, houvesse entre o movimento pessoas que não partilhavam de todas as doutrinas.

Se o oponente tivesse feito uma leitura do livro Em Busca de Identidade, do historiador adventista George Knight, teria compreendido melhor o processo formativo da doutrina da Trindade no adventismo. Além disso, se ele realmente estivesse preocupado em informar o seu publico, não teria sido tão seletivo a ponto de não informar que Ellen White era trinitariana e acreditava na Divindade de Cristo. E não poderia ser diferente, pois, ela veio do metodismo.

Uma leitura do livro Evangelismo, págs. 613-617 também teria ajudado, bem como a citação da Sra. White em O Desejado de Todas as Nações, p. 530, onde ela afirma que “em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada”.

Não merece maiores comentários o absurdo preconceito que ele manifestou, ao insinuar que não podemos conviver com pessoas que pensam diferente de nós. Com base nisso, alguém poderia pensar (e com razão) se o Ministério Cristão Apologético (MCA) não estaria tendo um comportamento nada cristão ao fazer “acepção de pessoas” (Rm 2:11).

Ao considerar que “Ellen White disse absurdos que hoje são omitidos de seus livros.”, o MCA poderia ter informado os leitores quais são esses absurdos, para que sua afirmação não ficasse tão vaga, e para que isso pudesse ser verificado por cada leitor.

Ao considerar que “Ellen White plagiou muitos de seus livros [...]”, fica evidente que o autor não conhece (ou desconsiderou) que a própria profetisa reconheceu que fez uso de outras fontes para expressar melhor os conceitos que Deus revelou para ela em visão – assim como o fizeram, por exemplo, os profetas bíblicos (canônicos) Lucas (Lc 1:1-4) e Judas (1:9; 14, 15). Bastaria a leitura da introdução do livro O Grande Conflito para comprovar que ela nunca afirmou que tudo o que ela usou em seus livros eram de sua autoria:

“Os grandes acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma nas épocas passadas, constituem assunto da História [...] Esta história apresentei-a de maneira breve [...] Em alguns casos em que algum historiador agrupou os fatos de tal modo a proporcionar [...] uma visão compreensiva do assunto, resumiu convenientemente os pormenores, ou suas palavras foram citadas textualmente; nalguns outros casos, porém, não se nomeou o autor, visto como as transcrições não são feitas com o propósito de citar aquele escritor como autoridade, mas porque sua declaração provê uma apresentação do assunto, pronta e positiva.”

Muito estranho um plagiador reconhecer que fez uso de fontes fidedignas e até mesmo recomendar em outras ocasiões que as pessoas lessem tais fontes!

Além disso, o MCA não informou aos internautas que o Patrimônio Literário Ellen G. White, órgão oficial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, há 32 anos anos elaborou uma resposta às acusações de plágio vindas de Walter Rea. Tal documento está disponível no site do Centro de Pesquisas EGW no Brasil e você poderá acessá-lo clicando aqui

BOLA FORA – PARTE 2

Ao considerar que “Ellen White foi umas das pessoas que mais chamaram O Dia do Senhor de marca da Besta demoníaca… (Ap 1.10) o oponente demonstrou mais uma vez desconhecimento da real posição do adventismo – agora, a respeito do domingo e a marca da besta. Apenas uma leitura do livro O Grande Conflito, páginas 443 e 459, seria suficiente para mostrar que Ellen White crê que o domingo será a marca da besta e não que é. A autora até mesmo diz que muitos observadores sinceros do domingo serão salvos por que viveram de acordo com a luz que receberam. Confira-se tais declarações na íntegra clicando aqui.

Ao considerar que “Ellen White aceitou ser considerada uma mensageira inspirada para o tempo do fim! (Jr 23.16)”, o autor demonstrou total desconhecimento da opinião particular de Ellen White sobre a missão dela. Apesar de ela ter aceitado o dom profético, jamais usou isso como motivo de orgulho pessoal e muito menos afirmou que ela era a profetisa para o tempo do fim.

Se o apologista do MCA tivesse lido Mensagens Escolhidas, vol. I, págs. 31-35 saberia que ela não fazia questão de “alardear” sobre seus dons espirituais, como o fazem os atuais falsos ensinadores. Além disso, se o oponente conhecesse o comentário dela a respeito de Atos 2:17, 18, por exemplo, teria informado seus leitores de que Ellen White acreditava na abrangência do dom profético, não sendo, portanto, a única a recebê-lo (Pode ser que no tempo do fim, tenha sido a última com as qualificações dela. Não o sabemos. Só o tempo dirá).

Ao considerar que “Ellen White canonizou uma doutrina que ensina que o Senhor Jesus entrou no Santíssimo apenas em 1844. (Hb 9.24,25)”, o referido ministério apologético teria evitado mais uma distorção se tivesse consultado a tese doutoral de Alberto Timm, intitulada O Santuário e as Três Mensagens Angélicas: Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas, disponível em português pela Imprensa Universitária Adventista (Unaspress).

A referida obra mostra que a doutrina do santuário passou por quatro períodos na história adventista, que começa a partir de 1844 e vai até os nossos dias. Esse reducionismo histórico-doutrinal por parte do MCA não levou em conta todo o processo formativo da referida doutrina pelo desconhecimento de uma importante obra sobre o assunto, como a de Alberto Timm.

Pioneiros adventistas como J.N. Andrews, Tiago White e Urias Smith, por exemplo, elaboraram a teologia da referida doutrina apenas com base no estudo da Bíblia, pois, o uso abundante das Escrituras era uma característica marcante do adventismo naquele período.

Desse modo, em hipótese alguma foi necessária uma “canonização” por parte de Ellen White para que a teologia do Santuário se tornasse parte do adventismo. Se ela tivesse estabelecido tal doutrina, a igreja não teria, décadas após a morte dela, produzido literatura abalizada, como a série de sete volumes produzida pelo Bibical Research Institute, para analisar de maneira mais exegética as implicações da doutrina do santuário para toda teologia adventista.

É importante destacar que as visões da profetisa apenas confirmaram as descobertas que os pioneiros haviam feito na Bíblia. Se o responsável pelo MCA tivesse consultado a obra Mensageira do Senhor, de Herbert E. Douglass, p. 171, teria evitado mais um deslize histórico, ao ser informado de que no período de formação doutrinária, os adventistas passavam dias e noites inteiras estudando a Bíblia e não os escritos de Ellen White, para estabelecer suas crenças fundamentais.

Apenas quando os pioneiros se encontravam diante de um impasse, cada um com uma opinião diferente sobre um assunto, Ellen White recebia uma visão para confirmar se a opinião do irmão A, B ou C estava correta. Nunca doutrinas “dela” estiveram em discussão, pois, todo conhecimento doutrinário era fruto do estudo das Escrituras.

Outro detalhe: apesar de nós adventistas crermos que Jesus começou outra fase de Sua obra sumo sacerdotal no santuário celestial (Hb 8:1, 2; 4:14-16) em 1844 (temos como base o cálculo da profecia das 70 semanas de Daniel 9 e 8:14), não cremos que Ele ficou “trancafiado” no lugar santo até esse período, como alega o oponente. Desse modo, seria importante que o MCA apresentasse alguma fonte adventista que afirme ter Cristo ficado “preso” no lugar santo do santuário, sem acesso algum ao lugar santíssimo, até 1844.

Ao considerar que “Ellen White ensina que satanás levará por fim a punição dos pecados dos salvos. (Is 53.5)”, o MCA não informou seus leitores de que crença de que o bode Azazel é um símbolo do Diabo, que será punido e responsabilizado pelos pecados que levou os outros a cometerem, é uma crença compartilhada por eruditos cristãos não adventistas.

Bastaria uma consulta ao livro Questões Sobre Doutrina, p. 284-287 para verificar uma lista com dezenas de estudiosos não adventistas, entre eles J. Russel H Howden (anglicano), Samuel M. Zwemer (presbiteriano), E. W. Hengstenberg (luterano), J.B. Rotherham (de uma igreja chamada Discípulos de Cristo), Guilherme Jenks (congregacionalista), William Milligan, James Hastings e William Smith (presbiterianos), John M’ Clintock e James Strong (metodistas), etc.

Por que o MCA não considera tais eruditos como “hereges”, sendo que pensam de modo parecido (não igual) com Ellen White? Estaria o seu preconceito contra o adventismo ofuscando a sua objetividade?

Ao considerar que “Ellen White chamou as falsas profecias dos adventistas de acontecimentos Bíblicos.”, o Ministério Cristão Apologético (MCA) continuou demonstrando total desconhecimento da história adventista e seu uso precário de fontes primárias. Bastaria uma leitura do livro História do Adventismo, de C. Merwyn Maxwell para ele perceber que os adventistas nunca fizeram “profecias”, como ele afirma. Faltou por parte do MCA uma explicação melhor do que seriam tais “profecias” feitas pelos adventistas e quais delas foram chamadas por Ellen White de “acontecimentos bíblicos”. Será que ele confundiu conclusões doutrinárias com predições proféticas? É difícil de imaginar que alguém que se propõe a defender ardorosamente a fé cristã possa ser ignorante quanto ao assunto e não saiba diferenciar opiniões teológicas de profecias. Não creio que isso tenha ocorrido, mas, há possibilidade.

BOLA FORA – PARTE 3

E os bolas-fora do MCA não terminaram.

Ao considerar que “Ellen White ensinou que a porta da salvação ficou fechada de 1844 até 1851” o MCA prestou mais um desserviço aos leitores de seu site. Se ele tivesse se informado da existência de uma carta de Ellen White escrita em 1874 a J. N. Loughborough, teria visto que ela mesma se defende desse tipo de falsa acusação propagada pelos críticos desinformados. O fato de Ellen White ter esclarecido a questão há 138 anos prova que esse e outros críticos da Sra. White estão bem “atrasados” e desatualizados.

Na referida carta ela escreveu: “[...] Nunca tive, porém, uma visão de que pecadores não mais se converteriam. E sinto-me livre para declarar que ninguém nunca me ouviu dizer ou leu de minha pena declarações que os justifiquem [os críticos] nas acusações que têm feito contra mim nesse ponto [...] Jamais declarei ou escrevi que o mundo estava condenado ou reprovado. Nunca, sob nenhuma circunstância, empreguei tal linguagem para com alguém, por mais pecador que fosse [...]”.

Bastaria uma leitura do Sumário a respeito do assunto, no livro Mensageira do Senhor, p. 509, para constatar que Ellen White empregou o termo “porta fechada” como uma expressão para descrever o que aconteceu no Céu em 22 de outubro de 1844: Cristo fechou a porta do lugar santo do santuário celestial em 1844 e abriu a porta do lugar santíssimo para iniciar Seu ministério Sumo Sacerdotal.

Ao considerar que “Ellen White considerou ALGUMAS RAÇAS de pessoas, que são imagem de Deus, sendo resultado de cruzamentos de animais com pessoas”, o autor só evidenciou seu doentio preconceito contra a profetisa adventista, ao acusa-la de racismo.

Apenas uma leitura do já citado Mensageira do Senhor, págs. 214-216, seria suficiente para descobrir que em 1891, 1895 e 1896, através de artigos publicados na “Review and Herald”, ela estimulou os esforços educacionais e evangelísticos em favor dos negros e deu origem a uma obra na qual seu próprio filho, Tiago Edson, tomou parte ativa.

Para o trabalho ser possível, Edson produziu um livro que seria usado para (1) levantar fundos (2) ensinar analfabetos a ler e (3) ensinar as verdades bíblicas em linguagem simples. Ele fazia uso de um barco (conhecido como Morning Star) para evangelizar os descendentes dos escravos em lugares que viviam em lugares menos favorecidos.

Além de enviar missionários para que trabalhassem entre as comunidades negras, a Sra. White exaltou o valor de todas as raças diante de Deus:

O nome do negro está escrito no livro da vida, junto do nome do branco. Todos são um em Cristo. O nascimento, a posição, nacionalidade ou cor não podem elevar nem degradar os homens. O caráter é que faz o homem. Se um pele-vermelha, um chinês ou africano rende o coração a Deus em obediência e fé, Jesus não o ama menos por causa de sua cor. Chama-lhe Seu irmão muito amado” (“The Southern Work”, pág. 8. Escrito em 20 de março de 1891.

Ela afirmou que os que “menosprezam um irmão por causa de sua cor estão menosprezando a Cristo” (Citado em “Mensageira do Senhor”, p. 214).

Tais fatos provam que Ellen nunca foi racista. Sua dedicação e também a de seu filho no auxílio dos negros menos favorecidos são uma prova irrefutável de que ela tinha um forte senso de missão e obedecia a Romanos 2:11, não fazendo acepção de pessoas.

O MCA também está insinuando com tal acusação que Ellen White “ensinou” ser possível a “amalgamação” (mistura) de homens e animais para o surgimento de “novas espécies”. O leitor que quiser fazer um estudo sério sobre o uso que ela faz do termo “amalgamação” em se livro Spiritual Gifts, vol. 3, pág. 64, poderá acessar uma análise fidedigna clicando aqui.

O centrowhite.org.br pertence a um órgão oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, de modo que o internauta poderá ter informações em fontes de primeira mão, ao invés de apoiar-se em fontes de “segunda mão”, como o faz o referido ministério apologético.

BOLA FORA – PARTE 4

Quando pensei que o Ministério “Cristão” Apologético (MCA) tinha chegado ao seu limite no número de distorções históricas e doutrinárias, me enganei. No restante de seu infeliz artigo, Luciano continuou desconsiderando – por ignorância ou má fé, Deus o sabe – as fontes primárias e as respostas adventistas aos questionamentos que ele pegou emprestado de outros críticos mais desinformados ainda.

Antes de considerar que “Ellen White ensinou que a salvação na ‘angústia final’ ou grande tribulação, será pela guarda do sábado”, ele deveria ter feito uma leitura do capítulo “Nossa Única Salvaguarda”, do livro O Grande Conflito, para saber que a proteção do crente no desfecho final do Grande Conflito não está apenas na observância dos mandamentos de Deus (são importantes, como demonstração de fidelidade e sinal de identificação, como lemos em Apocalipse 12:17 e 14:12), mas, em aceitar o conjunto das Escrituras.

Lamentavelmente o MCA empregou um reducionismo teológico insustentável em sua “leitura” de Ellen White, como pode ser comprovado pelas citações a seguir do capítulo supracitado:

“O povo de Deus é encaminhado às Santas Escrituras como salvaguarda contra a influência dos falsos ensinadores e poder ilusório dos espíritos das trevas” (pág. 593)

“Pessoa alguma, a não ser os que fortaleceram o espírito com as verdades das Escrituras, poderá resistir no último grande conflito” (Ibidem)

Mais lamentável ainda é que ministérios apologéticos como o MCA, CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas) e ICP (Instituto Cristão de Pesquisas) continuem levando aos seus leitores informações tão distorcidas sobre os adventistas. Informações que contribuem para que o reino do “pai da mentira” (Jo 8:44) dure por mais tempo nesse mundo tenebroso.

Antes de considerar que “Ellen White estava suscetível ao espiritismo, visto que tinha ‘alucinações’ (visões e sonhos) intermináveis”, o autor poderia ter lido sobre a experiência que Ellen White teve com um hipnotizador, onde ela mostrou não ser susceptível a poderes espíritas, e sim ao poder do Espírito Santo. Caso o responsável pelo MCA tivesse lido o livro Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, págs. 719 e 720 para comprovar que as tentativas de um médico mesmerista (nome que, na época, era relacionado à hipnose) em nada afetaram a profetisa, não teria feito mais uma afirmação insustentável.

Além disso, a leitura de uma breve biografia da autora adventista, disponível aqui, seria o bastante para comprovar que as visões e sonhos de Ellen White não foram “intermináveis”, como alega o MCA. Na verdade foi um total de aproximadamente 2000 sonhos e visões.

 

CONCLUSÕES INFELIZES

Depois de todas as suas “considerações”, frutos de seu preconceito e total desinformação, o autor do lançou a pergunta: “Poderia o ministério de Ellen White ser uma ‘operação do erro’ de Satanás?” Em seguida, apresentou as seguintes conclusões:

Considerando o que a Bíblia diz “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira [...]” 2 Tessalonicenses 2:9-11

… Poderíamos propor que esse ministério profético/místico que surgiu em torno dessa senhora iludida, pode ser sim, uma operação do erro que Deus enviaria para as pessoas que não aceitam Sua Palavra, Sua Verdade. A operação que Satanás teria liberdade de fazer de caráter religioso.

Acredito que meus amigos adventistas não se sentirão ofendidos com essa possibilidade, na verdade probabilidade. Pois é por amor, que temos postado isso. Aos irmãos ‘adventistas’, salvos por Cristo, que estão libertos desse ‘espírito’, mas ainda estão na IASD. Que sejam corajosos em ajudar outros a se libertarem de Ellen White. (Disponível em: http://mcapologetico.blogspot.com/2011/10/poderia-o-ministerio-de-ellen-white-ser.html Acessado em: 23/01/2012).

Não fica difícil percebermos que, se a abordagem dele ao longo de seu post foi infeliz, as conclusões que ele apresentou não podem ser diferentes.

 

CONCLUSÕES ÓBVIAS

Considerando que…  O Ministério Cristão Apologético (MCA) demonstrou ser bem desinformado em relação à história do adventismo e à compreensão adventista sobre o dom profético dado a Ellen White (entre outros assuntos), conclui-se que o responsável por esse ministério deveria ter sido mais responsável na utilização fontes primárias e literatura adventista oficial. Assim, não teria prestando tamanho desserviço ao seu público que, por causa da sua pesquisa precária, não teve acesso às informações fidedignas e realmente comprovadas.

Além disso, após esses esclarecimentos, o leitor pode facilmente ser tentado a questionar a precisão de todos os demais artigos do MCA, que atacam outras religiões. Não estariam os outros movimentos considerados “sectários” também tendo sua história e doutrinas distorcidas abertamente como fruto da ignorância e pouco e/ou mau uso de fontes primárias?

Para finalizar, aplico à atitude do oponente as palavras de Alberto Timm, em sua réplica ao livro “Seitas Proféticas”, de outro crítico desinformado, Tácito da Gama Leite Filho:

“Esperar que um apologista não-adventista concordasse com a compreensão das doutrinas bíblicas dessa Igreja seria, obviamente, exigir demais de tal pessoa. Mas quando fatos históricos são distorcidos, a realidade é diferente. No mundo das modernas comunicações e das fascinantes pesquisas científicas, é inaceitável que um historiador contemporâneo [ou que se propõe a ser um] ainda se permita desconhecer fontes primárias existentes, comprometendo assim não apenas sua reputação e da editora que publicou a obra [nesse caso, do site do MCA que publicou tais distorções], mas também a da Universidade em que obteve sua formação acadêmica, e a da denominação religiosa a que pertence.” (Alberto R. Timm, “A Bem da Verdade”. Revista O Ministério Adventista, julho-agosto 1997, pág. 27).

Oro para que o responsável pelo referido ministério apologético pense nisso com espírito de oração, e permita o Espírito falar-lhe à consciência para que não continue a propagar distorções em relação ao adventismo e, consequentemente, persista na transgressão conscienciosa do 9º mandamento da Lei de Deus, que ordena: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20:10).

 

 

Acesse: www.leandroquadros.com.br


Ajude o programa “Na Mira da Verdade” a demonstrar mais erros dos críticos

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Deus tem me abençoado na elaboração de meu trabalho de Mestrado, de modo que tenho percebido que muito do que é escrito sobre o adventismo é fruto da ignorância, desinformação e mal uso de fontes primárias. Como resultado, minha fé é ainda mais fortalecida e, meu desejo por defendê-la, aumentado.

Para você ter uma ideia, praticamente todos os críticos do adventismo que analisei até agora (cerca de 30), afirmam que Miller “marcou a data de 22 de outubro de 1844” para a volta de Cristo, sendo que uma consulta a fontes primárias mostra que foi o milerita Samuel S. Snow quem definiu tal data, sendo Miller um dos últimos a aceitá-la!  Uma simples leitura do livro História do Adventismo, especialmente as páginas 13, 26 a 34, comprova esse fato.

Muitos dos críticos também afirmam que “os adventistas creem na salvação pelo sábado”, apesar de o posicionamento adventista ser totalmente contrário, como se pode atestar, por exemplo, na afirmação a seguir, de Ellen White, escrita em 1886:

“A salvação não está em ser batizado, em ter nosso nome no livro da igreja, nem em pregar a verdade. Mas em uma viva união com Jesus Cristo para que o coração seja renovado” (Afinal, tais coisas são resultantes de uma vida transformada por Cristo. Ver Efésios 2:10; Tt 3:7, 8; 2Co 5:17). O internauta poderá encontrar essa citação no livro Evangelismo, p. 319. Infelizmente, os “apologistas” parecessem não querer encontrá-la, mas, Deus julgará as intenções de cada um deles, como escreveu o apóstolo:

“Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação.” (1Co 4:5).

Essas duas distorções que apresentei são apenas uma “palhinha” do que encontrei e creio que, dentro de um ano, concluirei todo o meu trabalho para que o mesmo seja disponibilizado a você, amigo leitor. Assim, poderá ver muitos outros “bolas fora” dos apologistas e saber como refutá-los com literatura adventista oficial.

Todavia, preciso muito de sua ajuda para meu trabalho. Se puder separar parte do seu tempo para me auxiliar, a fim de que muitos conheçam a verdade sobre os fatos, ser-lhe-ei grato por toda a vida.

Como entre as pessoas que não consultam fontes primárias estão os membros do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP) e do Instituto Cristão de Pesquisas (CACP) – entre outros “ministérios” apologéticos – gostaria que me desse os contatos de pessoas que perceberam as distorções de tais instituições e deixaram de crer em tais ministérios apologéticos.

Se você um dia foi colaborador de um desses ministérios e até mesmo retornou para sua antiga fé, por favor, me escreva. Seu depoimento será muito importante para minha dissertação e um instrumento para que o Espírito Santo ajude a muitos internautas, que estão em busca dAquele que é o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6) e de todas as verdades dEle (Mt 7:21-23).

Aguardarei ansiosamente sua ajuda, amigo leitor.

Até logo!

 

[Acesse: www.leandroquadros.com.br]

A visão contaminada do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP)

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RAset'12-Capa

INTRODUÇÃO

Há alguns dias um amigo me enviou os comentários feitos pelo Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP) a respeito de umas poucas declarações que dei na Revista Adventista de setembro de 2012.[i]

Sem entrar no mérito da insinuação de João Flávio Martinez, de que os adventistas não são “verdadeiros cristãos”, o presente artigo se preocupará em mostrar que a leitura que o diretor do CACP faz do adventismo é equivocada e não condiz com a realidade.

Percebe-se nas considerações do referido autor que ele desconhece algumas fontes primárias básicas, necessárias para a devida compreensão do posicionamento adventista sobre o dom profético na pessoa e obra de Ellen G. White – assunto em pauta. Creio que, após compreender alguns conceitos iniciais, mesmo não aceitando o dom profético da co-fundadora do adventismo, qualquer irmão evangélico ou católico, que seja sincero, poderá ao menos corrigir sua posição equivocada de que o adventismo é uma “seita herética”.

Negar o dom profético de Ellen G. White é mais que natural para alguém que não está familiarizado com a mensagem bíblica que ela ensinou, bem como com sua literatura que exalta a Pessoa Divina de Jesus Cristo. Todavia, acusá-la de “acrescentar” algo às Escrituras, ou espalhar o mito de que o adventista faz dela uma “segunda Bíblia”, é uma questão mais séria por envolver a transgressão do 9º mandamento que diz: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20:16).

Portanto, para que esse pecado não continue prejudicando a espiritualidade de muitos, algumas informações que João Flávio Martinez provavelmente não possui, serão apresentadas nesta breve resposta.

ELIMINANDO DISTORÇÕES

A consulta a alguma fontes primárias básicas revela que, ao contrário do que Martinez afirmou, qualquer adventista que conhece a doutrina de sua denominação religiosa sabe que, mesmo crendo na inspiração de Ellen G. White, os adventistas não a colocam no mesmo grau de importância que a Bíblia.

Por exemplo, ao citar o artigo “A Visão Além do Alcance”, que saiu na mesma edição da Revista Adventista[ii], o Pr. Martinez poderia ter consultado – e considerado – as obras da própria Ellen White para saber como é a relação entre a Bíblia e seus escritos no meio adventista.

Por exemplo, em 1885 ela foi bastante taxativa sobre a preeminência das Escrituras:

“A Bíblia, e a Bíblia tão-só, deve ser nosso credo, o único laço de união [...] O homem é falível, mas a Palavra de Deus é infalível [...] Ergamos o estandarte no qual está escrito: a Bíblia, nossa regra de fé e disciplina”[iii].

Em 1889 ela comentou:

A Palavra de Deus é suficiente para iluminar a mente mais obscurecida, e pode ser compreendida pelos que têm qualquer desejo de compreendê-la [...]”.[iv]

Já no ano de 1890 ela escreveu:

Não devem os testemunhos da irmã White ser postos na dianteira. A Palavra de Deus é a norma infalível. Não devem os Testemunhos [escritos dela] substituir a Palavra. Devem todos os crentes manifestar grande cautela ao expor cuidadosamente estes assuntos, e caleis sempre que houverdes dito o suficiente. Provem todos a própria atitude  por meio das Escrituras e fundamentem pela Palavra de Deus revelada todo ponto que vindicam ser verdade”[v].

E, em 1894, ela afirmou:

“Quanto mais examinarmos as promessas da Palavra de Deus, mais brilhantes ficam. Quanto mais as pusermos em prática mais profunda será nossa compreensão delas. Nossa atitude e crença têm por base a Bíblia. E nunca queremos que alma nenhuma faça prevalecer os Testemunhos sobre a Biblia[vi].

Já em seus dias, algumas pessoas tinham a tendência de dar aos escritos de Ellen White uma importância exagerada, o que a fez se posicionar totalmente contra essa atitude em diversas ocasiões. Se o diretor do CACP tivesse lido pelo menos o capítulo 81 dos Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, intitulado “Natureza e influência dos testemunhos”, teria evitado tamanho deslize em generalizar a todos os adventistas – bem como a igreja em sua representatividade oficial – como um movimento religioso que coloca os escritos de Ellen G. White no mesmo nível de importância que as Sagradas Escrituras.

No referido capítulo da obra Testemunhos Para a Igreja é possível perceber que em 1876 a Sra. White repreende a um irmão chamado “J” (sua identidade foi preservada) quanto à sua atitude de “fazer parecer que a luz que Deus tem dado mediante os Testemunhos [escritos dela] é um acréscimo à Palavra de Deus”. Ela afirmou que tal postura é apresentar a questão “sob uma falsa luz” porque, entre outras coisas, “a Palavra de Deus é suficiente para iluminar o espírito mais obscurecido [...]”[vii].

Essas poucas citações da própria Ellen G. White são suficientes para mostrar que João Flávio Martinez conhece muito pouco sobre o adventismo – ou, que ele foi bastante seletivo e tendencioso em sua abordagem.

OS ADVENTISTAS NÃO CREEM EM DIFERENTES GRAUS DE INSPIRAÇÃO

Para explicar ao seu leitor o significado específico da afirmação de que Ellen G. White é “inspirada e fonte segura de revelação divina aos adventistas”[viii], evitando assim a infundada afirmação de que “mais uma vez os adventistas arvoram a velha ladainha da inspiração dos escritos de EGW em pé de igualdade com a Bíblia”[ix], novamente Martinez poderia ter se informado sobre algumas obras primárias essenciais para a compreensão do pensamento adventista.

No livro Questões Sobre Doutrina os adventistas defendem um conceito único de inspiração, sem com isso colocar os escritos da Sra. White no mesmo patamar que as Escrituras. Por exemplo, na página 98 é esclarecido:

“Nós, adventistas do sétimo dia, cremos uniformemente que o cânon da Escritura se encerrou com o livro do Apocalipse. Sustentamos que os demais escritos e ensinos, qualquer que seja a fonte de que provenham, têm que ser julgados pela Bíblia e subordinados a ela, que é a fonte e norma da fé cristã. Aferimos os escritos de Ellen G. White pela Bíblia, mas em sentido algum medimos a Bíblia pelos ensinos dela”[x].

Como conceito único de inspiração entendemos que tanto um profeta canônico (que possui livros na Bíblia) quanto não canônico (que não possui livros na Bíblia) possui o mesmo grau de inspiração porque o Espírito Santo não inspira uns mais do que outros. Ele inspira ou não inspira.

Entre outros versos bíblicos, nos baseamos em 1 Crônicas 29:29 e 2 Samuel 12, por exemplo. No primeiro, percebemos os nomes de alguns profetas (cf. também 2Cr 8:29) que são considerados profetas mesmo não sendo canônicos: Natã e Gade. Já em 2 Samuel 12 vemos que Davi considerou Natã tão inspirado como os profetas canônicos, pois aceitou sua mensagem como vinda de Deus.

Os adventistas classificam Ellen G. White como uma profetisa não canônica, possuindo o mesmo grau de inspiração que outros profetas, porém, sem ter seus escritos igualados com os escritos dos profetas canônicos, que, ao contrário dos escritos dela, são a norma infalível de fé e de aplicação universal[xi].

Por tanto, não cremos em diferentes graus de inspiração. A pessoa é inteiramente inspirada por Deus ou pelo Diabo. Todavia, isso não significa que os adventistas dão o mesmo grau de importância à Bíblia e aos escritos de Ellen G. White. Uma coisa é ter o mesmo grau de inspiração; outra é ter a mesma importância ou função que o Livro Sagrado (ou servir de “acréscimo” a ele).

Se Martinez tivesse lido a obra Nisto Cremos saberia que, para os adventistas do sétimo dia, “os escritos de Ellen G. White não constituem um substituto para a Bíblia” e que eles “não podem ser colocados no mesmo nível”. Ele teria visto que o mesmo livro, que apresenta as 28 crenças fundamentais e oficiais dos adventistas, afirma que “as Escrituras Sagradas ocupam posição única, pois são o único padrão pelo qual os seus escritos [de Ellen White] – ou quaisquer outros – devem ser julgados e ao qual devem ser subordinados”[xii].

A leitura da obra Assuntos Contemporâneos em Orientação Profética, disponível em língua portuguesa desde 1988, também teria se demonstrado bastante instrutiva e útil para a pesquisa do diretor do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP). Na página 157 vê-se que, mesmo os adventistas crendo que a qualidade da inspiração existente em Ellen White seja a mesma que a da Bíblia[xiii], de maneira alguma colocam seus escritos no mesmo nível de autoridade doutrinária:

“Os escritos de Ellen White não cumprem uma função de regra ou norma de doutrina. A Bíblia sim. Neste sentido, Ellen White não tem autoridade doutrinária igual à da Bíblia”[xiv].

Não se sabe se Martinez não citou tais fontes por desconhecê-las ou devido à sua seletividade. Todavia, o tipo de resposta que ele dará a este artigo poderá nos auxiliar a termos pelo menos um vislumbre de suas reais intenções.

Confio que em sua resposta ele não seguirá a mesma “metodologia” de Natanael Rinaldi: desviar o foco do assunto em discussão, e tratar de outras questões relacionadas ao adventismo sem antes esgotar o tema que está em pauta.

O QUE É O “Espírito de Profecia” PARA A IGREJA ADVENTISTA

Ao comentar o uso que o editor adventista Vinícius Mendes fez da expressão “espírito de profecia” em seu artigo “A visão além do alcance”, Martinez poderia ter explicado ao seu leitor que tanto Mendes quanto a Igreja Adventista do Sétimo Dia creem que essa expressão de Apocalipse 19:10 não se refere apenas e majoritariamente aos escritos de Ellen G. White.

Cremos ser Ellen G. White a continuação do dom profético, que existiu também na igreja cristã primitiva (At 21:8, 9; 1Co 14:1[xv]; Ef 4:11) e foi prometido por Deus aos seus filhos nos últimos dias (Jl 2:23-32; At 2:16-21; 12:17; 19:10; 22:9), para que não se corrompam (Pv 29:18) inclusive pela influência dos falsos profetas (Mt 7:15-23; 24:24)[xvi].

Algumas obras seriam bastante úteis para que o pastor Batista João Flávio Martinez soubesse o que a Igreja Adventista realmente pensa sobre a expressão “espírito de profecia”, que aparece em Apocalipse 19:10.

Por exemplo, entre algumas obras já citadas neste breve artigo, o diretor do CACP poderia ter lido o livro Interpreting Scripture, onde Ranko Stefanovic afirma ser o “espírito de profecia” uma “referência ao Espírito Santo, que dá o dom profético” aos mensageiros escolhidos[xvii].

A mesma opinião o autor expressou em seu comentário sobre o livro do Apocalipse publicado pela Andrews University em 2009, onde ele cita Richard Bauckham para afirmar que nesse texto (de Ap 19:10) é mencionado “o Espírito [Santo] que fala através dos profetas”[xviii]. Obviamente, a expressão se refere a todo o dom profético dado ao longo da história, tanto aos profetas canônicos (autores bíblicos) quanto aos não canônicos (Ellen White, por exemplo), para testemunhar sobre as Palavras de Jesus Cristo.

Insinuar que os adventistas aplicam Apocalipse 19:10 apenas aos escritos não canônicos da Sra. White é desconhecer por completo a doutrina adventista dos dons espirituais.

Outra obra abalizada que Martinez poderia ter consultado é a Andrews Study Bible, que na nota explicativa sobre o referido texto também não reduz o “espírito de profecia” às obras de Ellen White[xix].

O artigo A Marca Permanente da Verdadeira Igreja, de Hans K. LaRondelle, também teria sido de grande utilidade para a pesquisa de João Flávio Martinez. Nele LaRondelle afirma, assim como Kenneth A. Strand,  ser o “testemunho de Jesus” não exclusivamente um “dom de visões para alguns crentes escolhidos no tempo do fim”[xx], mas sim toda a mensagem profético do Antigo Testamento e o testemunho apostólico do Novo Testamento.

Mais importante ainda para a compreensão do pensamento adventista sobre Apocalipse 19:10 é o conhecimento da posição da própria Ellen White a respeito do texto. Caso o Pr. Martinez tivesse ao menos consultado o Apêndice escrito por Ángel Manuel Rodríguez, intitulado “O ‘testemunho de Jesus’ nos escritos de Ellen G. White”, disponível na obra Teologia do Remanescente[xxi], saberia que a Sra. White interpretou o ‘testemunho de Jesus’ (Ap 19:10) “como uma expressão rica, repleta de significação”[xxii].

No referido apêndice o leitor pode constatar que, mesmo aplicando a expressão aos próprios escritos[xxiii], Ellen White acreditava ser o “testemunho de Jesus” o ‘testemunho dado por Jesus’ sobre Si mesmo, Seus ‘ensinamentos’, a ‘mensagem bíblica que se origina por meio do dom profético’, o ‘Antigo Testamento’, a ‘totalidade das Escrituras’, o ‘livro do Apocalipse’, o ‘dom de profecia’ e até mesmo a ‘mensagem de salvação pela fé em Cristo’.

Ela atribui à expressão de Apocalipse 19:10 outros significados, porém, esses são suficientes para se comprovar a parcialidade de João Flávio Martinez na maneira como aborda as crenças adventistas.

PRÉ-CONCEITO PARA COM AS OBRAS DE ELLEN G. WHITE

No segundo parágrafo de seu post, Martinez insinuou que eu me contradisse na entrevista dada à Revista Adventista quando recomendei ao leitor que passe tempo com a Bíblia e, ao mesmo tempo, afirmei que, além do estudo das Escrituras, leio os escritos de Ellen G. White.

Porém, essa contradição é por conta dele. Afinal, o tempo em que passo com as Escrituras é muito superior ao que passo com os escritos proféticos não canônicos da Sra. White.

É provável que, se eu houvesse dito na entrevista que dedico tempo ao estudo da Bíblia com um comentário bíblico, Martinez não tivesse me questionado. Todavia, como ele está contaminado com um sentimento antiadventismo, basta mencionar o nome Ellen White para ele manifestar seu preconceito injustificado.

Quem me conhece, assiste ao programa “Na Mira da Verdade” e está familiarizado com a teologia adventista, sabe que nossas 28 doutrinas fundamentais podem ser baseadas somente na Bíblia, mesmo que Ellen White nos esclareça certos pontos.

Deve-se destacar que eruditos e exegetas adventistas, mesmo aceitando o dom profético de Ellen G. White, nunca deixaram de lado a exegese e os princípios da hermenêutica para a compreensão do texto bíblico e elaboração de seus artigos para o meio acadêmico fora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Isso prova mais uma vez que Martinez foi tendencioso (conscientemente ou não) em sua abordagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo demonstramos que a visão do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP), sobre o adventismo e sua teologia do dom profético, é bastante contaminada.

Certamente, a pouca familiaridade com as obras primárias existentes; o sentimento antiadventismo; a limitadíssima compreensão do conceito adventista de inspiração de profetas canônicos e não canônicos; a parcialidade com que apresenta as informações ao seu público e o desconhecimento da crença adventista na primazia das Escrituras, são alguns dos “venenos” que têm contaminado não só a visão do CACP, mas também a vida espiritual de muitos leitores que têm se familiarizado com esse tipo de comentário inverídico e tendencioso.

O amor que desenvolvi por Jesus Cristo com a leitura dos livros Caminho a Cristo e O Desejado de Todas as Nações é muito mais significativo para minha vida do que as acusações dos críticos de Ellen G. White. Por isso, não tenho dúvida de que se João Flávio Martinez (e qualquer outro crítico) ler tais obras buscando somente a Jesus, ao invés de procurar ganchos onde possa pendurar suas críticas, verá que a mensagem bíblica e cristocêntrica da autora influenciarão de maneira muito mais positiva sua vida do que as críticas divulgadas no site do CACP. Basta querer experimentar.

 

[www.leandroquadros.com.br/livros]

 


[i] João Flávio Martinez, “Adventismo: Visão Contaminada”. Disponível em: http://www.cacp.org.br/adventismo-visao-contaminada/ Acessado em: 1 de abril de 2013.

[ii] Vinícius Mendes, “Visão além do alcance”. Revista Adventista, setembro de 2012, p. 8-12.

[iii] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 416.

[iv] Ibidem.

[v] ____, Evangelismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007), p. 256.

[vi] Ibidem.

[vii] White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 5 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), p. 663.

[viii] Mendes, “Visão além do alcance”…, p. 12.

[ix] Martinez, “Adventismo: Visão Contaminada”…, acessado em 1 de abril de 2013.

[x] Questões Sobre Doutrina: o clássico mais polêmico da história do adventismo. Ed. Anotada (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 98.

[xi] Questões Sobre Doutrina: o clássico mais polêmico da história do adventismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 98-103. Ed. Anotada por George R. Knight.

[xii] Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia (org.). Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), p. 305.

[xiii] Por ser o mesmo Espírito quem inspira com o mesmo cuidado tanto profetas canônicos quanto não canônicos, e por não haver base bíblica para a existência de “graus de inspiração”.

[xiv] Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. “A verdade acerca da ‘Mentira White’” em Assuntos Contemporâneos em Orientação Profética: Antologia de Artigos e Monografias. Compilador: Roger W. Coon (São Paulo: Instituto Adventista de Ensino, 1988), p. 157.

[xv] Diz o texto, na Nova Versão Internacional: “Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia”.

[xvi] A existência de “falsos profetas” pressupõe a existência de verdadeiros. Por isso, a alegação de que o dom profético “durou até João” (Lc 16:16) é falsa e não pode ser apoiada por uma devida análise contextual. Afinal, o texto paralelo de Lucas 16:16, Mateus 11:13, esclarece que o termo “duraram”, que aparece em itálico em algumas traduções, não se encontra no original. No texto grego de Lucas 16:16 encontramos a fase “a lei e os profetas até João”. Já em Mateus 11:13 descobrimos que termo original Mateus tinha em mente: “Por que todos os profetas e a lei profetizaram até João”. Não foi à toa que os tradutores da Nova Versão Internacional, analisando o texto paralelo à Lucas 16:16 (Mateus 11:13), assim traduziram o texto de Lucas: “A Lei e os Profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus, e todos tentam forçar sua entrada nele”. Desse modo, em hipótese alguma o texto está “abolindo a Lei de Moisés” (ver Lc 16:17; Mt 5:17-19) ou o “dom profético”, afirmando que “o último profeta foi João Batista”. Afinal, bem depois dele existiram outros (At 21:8, 9; 1Co 14:1; Ap 1:1-3). O mensagem de Lucas 16:16 e Mateus 11:13 é que a Lei de Moisés (cinco primeiro livros da Bíblica) e os “profetas” (restante do Antigo Testamento) cumpriram com sua função de profetizar sobre o Messias e anunciá-Lo até a vinda de João Batista, o precursor de Jeová (Ml 4:5, 6) que anunciaria ele mesmo ao Messias e Sua mensagem de perdão e arrependimento. Que a validade da Lei de Moisés ou do dom profético não é o tema discutido por Jesus, veja-se, por exemplo, Ralph Earle em Comentário Bíblico Beacon, vol. 6 (Rio de Janeiro: CPAD, 2006), p. 88. Esse teólogo evangélico conservador afirma: “A ideia (“a lei e os profetas profetizaram até João”) parece ser: Todo o Antigo Testamento – todos os profetas e [até mesmo] a lei profetizaram até João. Ou seja: as antigas Escrituras predisseram a vinda de Cristo. Mas João teve um papel especial. Ele foi o cumprimento de Malaquias 4:5 – o Elias do Novo Testamento, o precursor do Messias”.

[xvii] Ranko Stefanovic, Interpreting Scripture: Bible Questions and Answers. Gerhard Pfandl, ed. (Silver Spring, MI: Biblical Research Institute, 2010), p. 447.

[xviii] Stefanovic, Revelation of Jesus Christ: Commentary on the Book of Revelation (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2009), p. 560.

[xix] Andrews Study Bible (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2010), p. 1675 e 1683.

[xx] Hans K. LaRondelle, “A Marca Permanente da Verdadeira Igreja”. Revista Teológica do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – IAENE, vol. 3, janeiro-junho de 1999, número 1, p. 6.

[xxi] Ángel Manuel Rodríguez, “O ‘testemunho de Jesus’ nos escritos de Ellen G. White” em Teologia do Remanescente: Uma Perspectiva Eclesiológica Adventista (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012), p. 226-242.

[xxii] Rodríguez, “O ‘testemunho de Jesus’ nos escritos de Ellen G. White”…, p. 226.

[xxiii] Mesmo aplicando o “testemunho de Jesus” aos seus escritos, Ellen G. White nunca aplicou tal expressão diretamente a si mesma. Em conclusão ao seu minucioso estudo sobre uso que White fez dessa expressão em suas obras, Ángel Manuel Rodríguez afirmou: “Até onde posso garantir, Ellen G. White nunca interpretou Apocalipse 12:17 de maneira clara ou explícita como uma referência a seu ministério profético dentro do remanescente. Seu uso da expressão ‘testemunho de Jesus’ não exclui a manifestação do dom profético em sua vida e experiência, mas ela optou por não estabelecer uma conexão clara ou explícita entre os dois. Parece que isso foi algo que ela fez de maneira intencional…” (p. 238). As razões para isso apresentadas por Rodríguez são: (1) porque ela sempre atribuía à Bíblia o status de fonte suprema de informação, incluindo o próprio ministério profético; (2) evitar possíveis equívocos sobre seu papel dentro e fora da igreja, dando assim um testemunho de sua modéstia cristã.

Natanael Rinaldi: “‘A Grande Esperança’ ou mais uma heresia?”

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INTRODUÇÃO

O pastor e apologista Natanael Rinaldi, um dos maiores combatentes do adventismo no Brasil, publicou em 25 de março de 2012, no site do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP), uma entrevista intitulada “‘A Grande Esperança’ ou mais uma heresia?”

Nela, o autor faz comentários negativos sobre o projeto evangelístico da Igreja Adventista em distribuir, gratuitamente, cerca de 160 milhões de cópias do livro A Grande Esperança em todo mundo. O material é uma edição condensada da obra atualmente intitulada O Grande Conflito, publicada pela primeira vez em 1888.

Um dos objetivos da igreja Adventista do Sétimo Dia com a distribuição massiva do livro, é mostrar às pessoas que a volta de Jesus é a única “bendita esperança” (Tt 2:13) para um mundo mergulhado no sofrimento e afogado pelas tragédias existenciais.

Porém, isso não mereceu destaque da parte de Rinaldi. Ao final das considerações sobre o adventismo e o livro A Grande Esperança, o responsável pelo artigo recomenda aos seus leitores:

“[...] Dispensemos o livro A Grande Esperança se alguém nos quiser presentear com ele”.

Por que ele desaconselhou a leitura desse livro, que é o resumo de uma importantíssima obra de Ellen White que influenciou positivamente a vida de muitas pessoas? Há várias razões para isso e não irei me deter em todas elas, por que posso cair no erro de julgar as pessoas sem conhecer suas reais intenções (Cf. Mt 7:1, 2).

Porém, uma razão fica evidente: desacreditar a obra de Ellen White e “vacinar” os cristãos contra o adventismo, considerado por ele uma “seita” herética que faz dos escritos de Ellen White uma “segunda Bíblia”.

Esta breve resposta analisará algumas afirmações do referido artigo assinado por Natanael Rinaldi, com base em fontes primárias, não consultadas ou não devidamente compreendidas por ele. Se o leitor quiser maiores informações sobre o projeto “A Grande Esperança”, e desejar fazer o download gratuito do livro para compartilhar com outros amigos, para que conheçam A Grande Esperança da Volta de Jesus, poderá acessar o site http://agrandeesperanca.com.br

Para que nosso amigo internauta tenha acesso ao mais poderoso argumento em favor do livro O Grande Conflito e do projeto “A Grande Esperança”, basta clicar aqui e assistir ao testemunho do querido irmão Marcos Alexandre Martins que, apesar de possuir uma síndrome rara e que lhe trouxe certas limitações, foi poderosamente usado por Deus para levar o evangelho à psicóloga dele, dando a ela de presente o livro O Grande Conflito.

Essa história já seria suficiente para desmerecer o artigo de Rinaldi e provar que o conselho dado por ele, para que as pessoas “dispensem” o livro A Grande Esperança, não vem de Deus. Porém, vamos apontar as distorções do referido autor, na esperança de que ele pelo menos reconheça o próprio erro em fazer mau uso de fontes primárias (no pouco que as usou), mesmo que não concorde com as doutrinas distintivas adventistas.

ELIMINANDO DISTORÇÕES

O documento publicado pelo CACP apresenta pelo menos cinco distorções que teriam sido evitadas, se o apologista estivesse realmente familiarizado com fontes primárias, aquelas reconhecidamente oficiais, publicadas por uma das editoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A primeira das discrepâncias foi a afirmação de que a obra A Grande Esperança “se trata de um livro no qual foram formuladas as doutrinas adventistas elaboradas como um credo, com o título ‘Nisto Cremos’”.

Bastaria uma simples leitura do livro supracitado para ver que o Nisto Cremos não se constitui num credo adventista, e sim num resumo das principais “crenças adventistas numa estrutura organizada”[1] Os editores da referida obra esclareceram:

“Não escrevemos este livro para que servisse como um credo – ou declaração de doutrinas montadas sobre concreto teológico. Os adventistas possuem apenas um credo: ‘A Bíblia, e a Bíblia somente’”.[2]

Além disso, desde os primórdios do movimento adventista, os pioneiros se opunham fortemente a qualquer estabelecimento de credo que pudesse atrapalhar as pessoas de expandir a mente para o estudo da Bíblia.

Se Rinaldi tivesse familiarizado com o livro Portadores de Luz: História da Igreja Adventista (Imprensa Universitária Adventista, 2009), dos historiadores Richard Schwarz e Floyd Greenleaf, págs. 92, 160, 161, 607 e 645, saberia que, desde o início do movimento adventista, nunca adotamos credos formais. Desse modo, teria evitado tamanha distorção em seu artigo.

Outro deslize pode ser percebido na afirmação de que as menções ao sábado, ao longo das páginas de A Grande Esperança, apontam “a guarda do sábado como meio de ganhar a vida eterna no entendimento da escritura Ellen Gould White”. Essa falsa alegação poderia ter sido evitada se o autor tivesse lido a citação da Sra. White no livro Atos dos Apóstolos, onde a autora adventista afirma:

“[...] Se nossa salvação dependesse de nossos próprios esforços não nos poderíamos salvar; mas ela depende de Alguém [Jesus Cristo] que está por trás de todas as promessas.”[3] (Grifo acrescentado).

Além do mais, se Rinaldi realmente conhecesse o livro O Grande Conflito, saberia que, para Ellen White e os adventistas, muitos observadores do domingo que foram sinceros, e viveram de acordo com a luz que receberam, estarão no céu:

“Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade”[4]

A terceira afirmação infundada é a de que os adventistas não observam o sábado como orienta a Bíblia. Ele baseia essa falsa alegação no texto de Êxodo 35:3, que orienta o povo de Israel e não acender fogo “em nenhuma de suas casas no dia de sábado” (NVI). Sendo que os adventistas aquecem a comida nesse dia, a conclusão “lógica” de Rinaldi é que eles não guardam o sábado como professam, pois, estariam, na visão dele, observando-o de modo contrário ao que os escritos de Moisés ensinam.

Por mais “lógica” que essa afirmação parecer, ela é tendenciosa e até mesmo absurda. O apologista poderia ter informado seus leitores que “Antigamente, acender fogo requeria esforço considerável”[5], de modo que cozinhar alimentos naquele contexto traria um esforço tremendo. As pessoas teriam, em alguns momentos, de caminhar distâncias consideráveis para conseguir lenha, e não tinham isqueiros ou palitos de fósforos que facilitassem um trabalho que, para elas, se tornava árduo e que atrapalhava o adorador em seu repouso no sétimo dia.

Em nosso contexto atual, diante dos fascinantes avanços tecnológicos, acender fogo é uma atividade extremamente simples, de modo que avaliar o comportamento adventista atual, tendo como base a época Israelita, carente de recursos tecnológicos, é, no mínimo, algo irresponsável da parte de Rinaldi.

Naquele contexto, em que os Israelitas moravam no deserto e eram alimentados milagrosamente com o chamado maná (veja Ex 16), eles não necessitavam de fogo a não ser para cozinhar, pois, aquecer alimentos naquele clima era desnecessário para a saúde.

Além disso, sendo que na sexta-feira Deus enviava o pão do céu (maná) em dobro (Ex 16:22-24), para que eles não tivessem o trabalho de recolhê-lo no sábado, não haveria necessidade de aquecer outro tipo de alimento por que eles já tinham o bastante para passarem o dia todo em espírito de adoração – e bem alimentados.

Mesmo sendo falhos, devemos fazer o nosso melhor

Os adventistas se esforçam para fazer a vontade de Deus com a ajuda da graça dEle (Fp 2:13) e, mesmo não sendo perfeitos, fazem o seu melhor para separar o sábado para se relacionarem por mais tempo com o Criador, passar mais tempo de qualidade com a família e para realizar atividades religiosas próprias para esse dia (Mt 12:12; Lc 4:16; At 16:13; Jo 5:17, 18)

O esforço dos adventistas em obedecer a Deus é tão óbvio que em sua literatura denominacional há material instrutivo para a dona de casa, por exemplo, aprender a desfrutar do sábado ao lado do Senhor Jesus, sem as atividades domésticas rotineiras (Cf. Ex 20:11) “disputem” o mesmo espaço com o Salvador.

Em seu livro Estaré lista para el Sábado: Guía del ama de casa para lograr que el viernes sea el día más aliviado de la semana, publicado em castelhano em 2009 pela Asociación Casa Editora Sudamericana (Argentina), Yara Cerna Young fornece dicas muito práticas para que as observadoras do sábado passem mais tempo com o Salvador, assim como Maria, irmã de Marta (Cf. Lc 10:38-42).

Rinaldi poderia ter evitado seu falso julgamento (Mt 7:1, 2) se soubesse da existência desse livro.

Curioso é que Natanael Rinaldi, que acusa aos adventistas de não guardarem o sábado, não citou pelo menos um livro de um observador do domingo protestante, que esteja preocupado com a maneira como o primeiro dia é observado em sua respectiva igreja.

Nisso, o catolicismo está à frente dos demais observadores do domingo, como se pode na carta apostólica de João Paulo II, intitulada “Dies Domini”, de 31 de maio de 1998. Para ler esta carta, clique aqui.

Mas, digamos que Rinaldi tenha razão em afirmar que os adventistas não observam o sábado segundo a Bíblia, como também alega o Pr. Paulo Sergio Batista, outro autor que propaga “mitos” sobre o adventismo. Será que isso desobrigaria tais apologistas de serem obedientes a Deus? Afinal, a obrigação moral de Natanael Rinaldi e de outros críticos é com o Criador e “Senhor do Sábado” (Is 58:13) ou com os adventistas?

Se os adventistas fossem negligentes com a observância do quarto mandamento, isso não justificaria a rejeição do preceito por parte dos apologistas. Afinal, “cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14:12).

A Bíblia diz que no dia santo o cristão deve adorar a Deus (Lv 23:3), deixando de lado todo trabalho secular (Ex 20:8-11), incluindo atividades comerciais de compra e venda (Nee 13:15-22). Sabendo disso, o leitor poderá ser tentado a pensar se Natanael Rinaldi observa com seriedade o domingo, seguindo essas diretrizes bíblicas.

É mais honesto consigo mesmo reconhecer que está transgredindo a Lei de Deus, ao invés de justificar-se no comportamento dos outros. Apenas quando somos sinceros em reconhecer o quanto somos pecadores, e que precisamos desesperadamente da graça de Cristo, é que Deus ganha licença para atuar em nosso coração (Cf. Ap 3:20), e tornar o nosso estilo de vida agradável a Ele em todos os aspectos.

A quarta discrepância é a afirmação de que “não há um só mandamento de guardar o sábado no Novo Testamento e nem Jesus ordenou a guarda do sábado”. Esse argumento Rinaldi pegou emprestado de Ricardo Pitrowsky, autor de o O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus (publicado em 1925), que, por sua vez, plagiou Dudley Marvin Canright, primeiro grande crítico do adventismo e autor do rancoroso livro Seventh-day Adventism Renounced (Repúdio ao Adventismo do Sétimo Dia), publicado pela primeira vez em 1889.

Isso não é de admirar por que os apologistas brasileiros que combatem o adventismo plagiam uns aos outros e, consequentemente, propagam os “mitos” e fantasias a respeito do adventismo. Com ajuda de Deus estou conseguindo comprovar isso em minha dissertação de Mestrado, e espero concluí-la em breve.

Voltando à afirmação infundada de Rinaldi onde ele afirma que o mandamento do sábado não foi repetido no Novo Testamento, percebe-se que, mesmo sendo conhecedor da resposta de Arnaldo Benedicto Christianini a esse argumentado plagiado de Canright, o autor não informou aos seus leitores que Christianini, em seu livro Subtilezas do Erro, no capítulo intitulado “Desprezo ostensivo pelo quarto mandamento”, nas págs. 164 e 165 (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1965) provou que no Novo Testamento são mencionadas pelo menos 90 reuniões religiosas no dia se sábado, mesmo em territórios pagãos (At 16:13).  Isso prova definitivamente que o sábado não era observado por Paulo apenas por que ele era judeu, mas, por fazer parte do estilo de vida dele.

Na referida entrevista publicada pelo CACP, o articulista se utiliza de Colossenses 2:16 para alegar que essa e outras festividades “eram restritas aos judeus e não devem ser guardadas por nós Cristãos que vivemos dentro da nova aliança”.

Além de demonstrar desconhecimento da teologia bíblica da aliança, que, longe de tirar a Lei de Deus da experiência da vida cristã, coloca os mandamentos como parte do estilo de vida dos salvos (Hb 8:10), Rinaldi não considerou o mais recente estudo adventista sobre os “sábados” em Colossenses 2:16, realizado por Ron du Preez.

Se Rinaldi tivesse lido a obra Judging the Sabbath: Discovering What Can’t Be Found in Colossians 2:16, publicada pela Andrews University Press em 2008, saberia que uma análise sintática, exegética e linguística comprova que o termo grego sabbaton (“sábados”) em Colossenses 2:16 está vinculado ao texto de Oseias 2:11, que tratada de três tipos de festas cerimoniais dos hebreus.

Na igreja de Colossos, essas três festas religiosas estavam sendo observadas no contexto sincretista religioso e herético daqueles dias (Cf. Cl 2:18, 21-23), desconsiderando assim que Cristo era Aquele a quem tais festas apontavam (Cl 2:17). O Salvador estava deixando de ser o centro da experiência religiosa deles e era essa a grande preocupação do apóstolo Paulo. Rinaldi desconsiderou esse contexto.

As festas religiosas chamadas de “sábados” nesse texto são especificamente os três festas cerimoniais conhecidas como Trombetas, Expiação e anos Sabáticos. Preez não chegou a essa conclusão de maneira irresponsável, mas, elaborou um estudo sério, com base na sintaxe hebraica e grega, com o auxílio de eruditos da atualidade[6]  (mesmo sendo observadores do domingo) e de comentários bíblicos reconhecidos no âmbito acadêmico.

A quinta afirmação insustentável é fruto de uma leitura tendenciosa da crença fundamental número 18 dos adventistas do sétimo dia, sobre o dom de profecia na vida e obra de Ellen White. No artigo publicado pelo CACP há apenas parte da citação que se encontra na página 276 do livro Nisto Cremos, seguida de uma interpretação pessoal, sem que o leitor pudesse ter a oportunidade de ler todo o texto como consta no livro original. Natanael Rinaldi não permitiu que o leitor pensasse por si mesmo, e comprovasse se realmente o adventismo tem os escritos de Ellen White como uma “segunda Bíblia”.

Depois de afirmar que os escritos de Ellen White “são uma contínua e autorizada fonte de verdade [...]”, a crença fundamental adventista é clara em dizer que, todavia, os escritos de Ellen White “tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência”[7]

Ou seja: os adventistas creem que o dom profético dado a Ellen White é autorizado por que sua autoridade vem Espírito Santo (1Co 12:11; At 2:17, 18), não de Ellen White. Além disso, a crença fundamental 18 é clara ao mostrar que os escritos de Ellen White são testados pela Bíblia e nunca o contrário.

Se os apologistas fizessem o devido uso de fontes primárias, veriam que os adventistas consideram Ellen White uma profetisa não canônica, assim como Natã e Gade (1Cr 29:29) e que, mesmo tendo autoridade profética (por receber tal dom do Espírito), ela é subordinada à Bíblia. Seus escritos, longe de acrescentar doutrinas à Palavra de Deus, têm uma função bem diferente: levar as pessoas de volta às verdades das Escrituras.

Uma simples leitura de Primeiros Escritos, p. 78, e dos capítulos 13 e 14 do Conselhos Para a Igreja, seriam suficientes para o apologista evitar mais essa distorção, que não condiz com aquilo que os adventistas realmente acreditam.

Se o articulista tivesse feito uma leitura responsável do livro A Grande Esperança, teria visto nas páginas 64 e 65, por exemplo, no capítulo “Nossa única segurança”, que Ellen White apresenta a Bíblia como autoridade suprema, e não os próprios escritos:

“Somos encaminhados à Bíblia como a proteção contra o poder ilusório do mal [...] Ninguém, a não ser aqueles que se fortaleceram com as verdades da Bíblia, poderá resistir no último grande conflito [...] Mas Deus terá um povo que mantém a Bíblia, e a Bíblia somente, como padrão de todas as doutrinas e base de todas as mudanças [...]” (Grifos acrescentados).

PALAVRAS FINAIS

Ninguém é obrigado a concordar com todas as crenças adventistas. Entretanto, o mínimo que um pesquisador deveria fazer é ir a fontes primárias e, na permanência de dúvidas, entrevistar a liderança da igreja adventista para comprovar, de fato, se eles realmente pregam heresias que contradigam as crenças ortodoxas do cristianismo.

Pelo menos nisso, Natanael Rinaldi e os demais apologistas brasileiras poderiam imitar o exemplo do apologista Walter Martin, fundador do Instituto Cristão de Pesquisas nos EUA. Depois de entrevistar a liderança da igreja adventista, ele concluiu que, apesar de o adventismo possuir crenças distintivas (com as quais ele não concordava), “é perfeitamente possível de ser um Adventista do Sétimo Dia e ser um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo [...]”[8]

Se ao invés de não recomendar a leitura do livro A Grande Esperança Rinaldi tivesse pelo menos o lido atentamente, teria tido mais uma fonte primária em seu auxílio. Consequentemente, não teria publicado cinco discrepâncias tão evidentes, que comprometem seriamente a própria credibilidade dele como apologista diante do público evangélico e dos membros da igreja a qual pertence.

 

 

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[1] Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 5.

[2] ________, Nisto Cremos…, p. 9.

[3] Ellen G. White, Atos dos Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007), p. 553.

[4] _____, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009), p. 449.

[5] Francis Nichol, ed. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), vol. 1, p. 732.

[6] Samuele Bacchiocchi, teólogo adventista, possui uma opinião diferente sobre o significado da palavra “sábados” em Colossenses 2:16. Ele acredita que os “sábados” ali mencionados são os semanais. Porém, ele não desmerece o quarto mandamento ao dizer que os sábados semanais estão sendo condenados por Paulo no contexto sincretista de Colossos. Ele argumenta que Paulo era contra uma observância errada do mandamento, e que a guarda ou não do preceito não estava em discussão. Deve-se destacar também que Bacchiocchi não realizou um estudo linguístico, sintático e exegético do texto como o fez Ron du Preez, que elaborou o que se constitui na análise mais atualizada de Colossenses 2:16 no meio acadêmico adventista até o momento.

[7] Nisto Cremos…, p. 276.

[8] Walter Ralston Martin, The Kingdom of the Cults (Mineápolis, Minessota: Bethany House Publishers, 2003), p. 535.

Jesus foi criado? – 03.07.2012

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“Jesus foi criado?”
“O povo hebreu foi escravo no Egito por 400 ou 430 anos?”
“O texto de Lucas 16:9 está incentivando o enriquecimento ilícito?”
“Porque os Adventistas dão tanta ênfase a Ellen White? Isso não é idolatria?”
“Porque o piso do cenário é branco e preto? Isso não é um símbolo maçom?”
“Por que Deus permitiu que os hebreus tivessem escravos?”
“O Sábado ainda deve ser guardado? Isso não valia apenas para o povo do Antigo Testamento?”
“Por que Jesus, ao realizar alguns milagres pedia que não contassem o que Ele havia realizado?
“Onde, no Novo Testamento está escrito que não podemos comer carne de porco?”

As mulheres são proibidas de participar na liderança na igreja? 07.08.2012

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1. As mulheres são proibidas de participar na liderança da igreja ou falar em público?
2. Os escritos de Ellen White são tão importantes quanto a Bíblia?
3. Em I Cor. 9:19-21 Paulo afirma que não precisamos guardar a Lei?
4. O que a Bíblia fala sobre a língua dos anjos?
5. Se os Estados Unidos se unirem com o Vaticano, podemos dizer que estamos nos últimos dias?
6. Os salvos que morreram já estão no Céu com Cristo?
7. Se Jesus morreu na sexta e ressurgiu no domingo, Ele não ficou 3 dias no túmulo?

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Por que os livros apócrifos não foram incluídos na Bíblia? 06.08.2013

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A Bíblia apoia a prática de ungir a cabeça com óleo? Isso ainda é válido hoje?
Quem escreveu as segundas tabuas da lei?
Jesus subiu ao céu logo após ressuscitar ou 40 dias depois?
Na época dos discípulos já existia a crença em fantasmas?
O que é a Santa Ceia?
Saulo foi batizado por imersão ou por aspersão? Qual é o verdadeiro batismo?
Ter relações sexuais antes de se casar é pecado?
Deus castiga?
Quem é a grande Babilônia, citada em Apocalipse?
Quem são os 24 anciãos de Apocalipse?
Se eu for salvo, toda a minha família será salva, como nos dias de Noé?

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O Sentimento Antiadventismo e a Imprecisão Acadêmica

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TV_NOVO_TEMPO

INTRODUÇÃO

Preferiria não disponibilizar esse post a você, amigo (a) leitor (a). Afinal, quando conseguirmos solucionar uma disputa entre irmãos seguindo o conselho de Jesus em Mateus 18:15-17, Deus é honrado, relacionamentos são preservados e novas amizades podem corar de alegria nossas vidas.

Porém, sendo que não foi possível resolver uma questão – fruto do sentimento antiadventismo – por amor à verdade e respeito aos alunos de teologia do Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo José Manoel da Conceição, terei que tornar pública a resposta a seguir.

No dia 8 de agosto de 2013 enviei o primeiro e-mail à Instituição, demonstrando que o palestrante Luciano Sena, ao abordar a temática “adventismo” na 1ª Semana Teológica de 2013, foi tremendamente antiético, sem rigor acadêmico e sem comprometimento com a verdade dos fatos.

Antes, realizei um telefonema e fui muito bem atendido pelo Rev. Ageu Cirilo de Magalhães Junior, que prometeu analisar o conteúdo de meu e-mail e tomar as devidas providências quanto ao vídeo disponibilizado no YouTube no canal do referido Seminário,  no link http://www.youtube.com/watch?v=dfJYyh9Jxoo

Porém, após ler meu e-mail, no dia 26 de agosto o Reverendo me escreveu o seguinte:

“Li e consultei o preletor sobre as suas objeções. Para cada argumento seu, ele tem contra-argumentação bem plausível”.

Particularmente, duvido que o respeitável reverendo tenha comparado a palestra de Luciano Sena, do Ministério Cristão Apologético (MCA), com as fontes primárias adventistas que lhe apresentei. Porém, ele tem o direito de proceder assim, mesmo que os internautas e alguns alunos do Seminário vejam por si mesmos que Sena nada conhece sobre adventismo, e que o Seminário José Manoel da Conceição, dessa vez, não foi totalmente comprometido com o rigor acadêmico.

Creio como o Reverendo que todos têm o direito de defender suas crenças (nesse caso, Sena). Todavia, a maneira como as crenças de uma pessoa são defendidas deve refletir um dos maiores princípios do cristianismo: a verdade (Jo 14:6; 8:32). Quando uma defesa doutrinária não é feita sobre esse princípio, além do descrédito, as pessoas envolvidas sofrem grande prejuízo espiritual e comprometem a espiritualidade de outros. Consequentemente, terão de dar contas disso (Ec 12:13, 14)

Sendo assim, logo abaixo você terá, na íntegra, as considerações que fiz às palestras de Luciano Sena. Apenas umas poucas correções foram realizadas para publicar o texto na internet. Antes, permita-me comentar brevemente sobre um dos principais “pressupostos” de Sena em sua avaliação e rotulação do adventismo como uma “seita herética”.

 

UM TIRO NO PRÓPRIO PÉ

Poderá não acreditar, mas, um dos pressupostos sobre os quais Luciano “se mantém em pé” para sustentar suas conclusões de que o adventismo é uma “seita” é a descrença de pioneiros adventistas na doutrina da Trindade, nos primórdios do movimento (no e-mail enviado ao Seminário Presbiteriano você terá maiores informações sobre o assunto).

Todavia, o referido evangelista não parou para pensar que não se avalia todo um sistema doutrinário e muito menos a sinceridade das pessoas por suas crenças equivocadas passadas. Se esse tipo de argumento for válido, então Sena atirou no próprio pé, pois, segundo ele mesmo (poderá conferir na palestra, logo no início, por volta do tempo 0:02:36), foi uma Testemunha de Jeová por pouco mais de oito anos. Ou seja: um oponente à doutrina da Trindade.

Assim como não é correto julgar a honestidade e integridade pessoal de Luciano Sena por ele um dia ter sido antitrinitariano, não é justo julgar a sinceridade de pioneiros adventistas. Não seria conveniência de Sena julgar o passado de pioneiros adventistas sendo que o passado dele não foi muito diferente? Medite nisso, amigo (a) leitor (a).

Convém destacar outros pontos, negligenciados por Luciano Sena e que o Seminário Reverendo José Manoel da Conceição não fez questão de se aprofundar para o benefício dos próprios alunos.

A leitura do capítulo 13 da obra A Trindade: como entender os mistérios da pessoa de Deus na Bíblia e na história do cristianismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), intitulado “Trindade e Antitrinitarianismo na História do Adventismo” (p. 216-230) teria revelado (entre muitas outras coisas) tanto para Sena quanto para o Seminário que:

1º: Mesmo havendo um predomínio do antitrinitarianismo no adventismo entre 1846-1888, em 1869 Roswell F. Cottrell observou que nesse período existia “uma multidão de pontos de vista” sobre a Trindade. Isso significa que qualquer argumento que sugira que “todos” os pioneiros eram antitrinitarianos, é um argumento mentiroso.

2º: Eles rejeitavam veementemente (mesmo sem ter a plena compreensão da doutrina) era a doutrina da Trindade como apresentada pelos credos cristãos da época, especialmente um credo Metodista de 1856, que dizia o seguinte: “[...] existe um único Deus vivo e verdadeiro, sempiterno, sem corpo ou partes [...]” (Citado em A Trindade…, p. 234).

Eles não rejeitavam a importância da doutrina de Deus manifesto em Três Pessoas (mesmo crendo no Espírito como sendo o “poder de Deus” ), mas a doutrina Tradicional da Trindade que continha elementos não bíblicos supracitados e que são negados até hoje pelos adventistas e por qualquer outra denominação Protestante e Trinitariana.

Por que tais informações não foram passadas aos alunos que estiveram presentes na 1ª Semana Teológica de 2013 realizada no referido Seminário Presbiteriano? É do espírito acadêmico essa seletividade de informações?

Quem estiver interessado (a) em se aprofundar no estudo desse tema poderá ler a obra supracitada, que pode ser adquirida com a editora Casa Publicadora Brasileira pelo site ww.cpb.com.br .

Agora, após esses breves esclarecimentos, veja a seguir o e-mail em que demonstro, com base em fontes primárias, as distorções de Luciano Sena, do Ministério Cristão Apologético, e que, infelizmente, foram tidas como “plausíveis” pelo Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo José Manoel da Conceição.

 

E-MAIL

Estimado Reverendo Ageu:

Primeiramente quero lhe agradecer pela maneira educada e cristã como me atendeu.

Sou Leandro Quadros, jornalista que ontem conversou com o senhor sobre a palestra de Luciano Sena, apresentada na 1ª Semana Teológica 2013 realizada no Seminário JMC.

O motivo é fazer um breve comentário sobre a abordagem metodológica e citação das fontes primárias por parte de Sena. Como afirmei em nosso telefonema, a maneira como ele apresentou o adventismo desprestigia uma Instituição séria como a de vocês, e Deus sabe que não falo isso por demagogia, pois, vosso trabalho é coisa séria mesmo.

Fiz várias anotações sobre a palestra de Luciano Sena, mas, serei sintético nesse e-mail (gostaria de ser mais ainda, mas, vejo que não será possível…) para não ocupar muito seu tempo. Meu principal objetivo é lhe informar sobre a maneira nada acadêmica como ele cita as fontes. Infelizmente, Luciano deixou que seu sentimento antiadventismo comprometesse sua pesquisa.

Deter-me-ei apenas na forma como ele se utiliza das fontes primárias, sem entrar no mérito doutrinário. Se um dia o Reverendo achar isso necessário, poderá contar comigo para maiores esclarecimentos.

1º: Luciano afirma que “os problemas que os adventistas enfrentam para justificar 1844 são parecidos com o problema das TJ quanto à data de 1914”.

Se o referido palestrante conhecesse a série abalizada de 7 volumes sobre a Teologia Adventista do Santuário Celestial, jamais faria uma afirmação dessas.

Nessa coleção preparada pelo Comitê de Daniel e Apocalipse do Biblical Research Institute da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, publicada pela primeira vez em língua inglesa em 1993, é possível perceber que a base para a crença adventista na interpretação de Daniel 8:14 são estudos exegéticos realizados por eruditos adventistas reconhecidos no meio protestante como os doutores William Shea, Hans K. LaRondelle e Kenneth A. Strand (entre outros).

Portanto, não há qualquer tipo de “rearranjo” que possa ser comparado aos estudos das Testemunhas de Jeová. Tal “comparação” é tendenciosa e não condiz com a verdade.

2º: Ele também argumenta que “os pioneiros adventistas eram antitrinitarianos”. A forma como a informação foi apresentada é bastante tendenciosa e, se ele houvesse feito uma consulta à obra A Trindade: como entender os mistérios da pessoa de Deus na Bíblia e na história do cristianismo, na 3ª seção intitulada “Trindade e Antitrinitarianismo da Reforma ao Movimento Adventista”, ele saberia que, mesmo pioneiros adventistas sendo antitrinitarianos por serem oriundos da Conexão Cristã, o antitrinitarianismo predominou entre 1846 e 1888. Após essa data, o adventismo viveu mais quatro fases, até a mudança de paradigma entre os anos de 1898 e 1915, tendo Ellen White como a maior expositora da doutrina Trinitariana.

Por isso, a afirmação de Luciano de que “não se sabe se Ellen G. White era Trinitariana” é absurdamente infundada, especialmente à luz de citações dela em O Desejado de Todas as Nações, publicado em 1898, p. 19 e 530, onde ela fala da pré-existência de Jesus Cristo e inclusive afirma: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada” (p. 530). Além disso, Luciano desconhece por completo (ou ignorou) as citações Trinitarianas da referida autora na obra Evangelismo, p. 615-617, onde ela menciona das “três pessoas vivas pertencentes ao trio celeste” e apresenta o Espírito Santo como uma Pessoa Divina.

É muito estranho que um palestrante ignore o todo da história e fontes primárias importantes para “provar” que se “a base do adventismo é herética, então todo o resto o é”. O Reverendo e eu sabemos que mudanças de paradigmas, mais do que indicar ‘heresia acompanhada de desonestidade’, indicam crescimento e, no meio acadêmico e científico esse espírito é vital para aqueles que seriamente se comprometem com a busca pela verdade.

3º: Ele também alega que rejeitamos nossa origem denominacional atribuindo a marcação de datas ao batista William Miller. Porém, isso não é verdade. Mesmo o adventismo sendo interdenominacional em seus primórdios, reconhecemos nossa origem milerita, tanto que um dos mais de 20 grupos que surgiram após o desapontamento, é o que hoje se conhece como Igreja Adventista do Sétimo Dia. Uma leitura da obra História do Adventismo, de C. Merwyn Maxwell teria revelado isso a Luciano Sena, pois, nela o historiador adventista constantemente cita Miller como pai do milerismo adventista.

A alegação de que “os adventistas hoje não compartilham do conceito que Ellen White tinha de Miller” também é falsa. Há biografias inteiras escritas por historiadores adventistas sobre o pai do movimento milerita, entre elas a obra de Sylvester Bliss, intitulada Memoirs of William Miller (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2005).

Já a afirmação de que Ellen White ensina que Miller foi o “primeiro a calcular o período dos 2.300 anos de Daniel 8:14” também é inverídica e não pode ser apoiada pelo que ela escreveu e nem mesmo pelas obras adventistas. Em sua tese doutoral traduzida para língua portuguesa em 2002 com o título “O Santuário e as Três Mensagens Angélicas: Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas”, Alberto R. Timm é muito claro em sua exposição quando afirma que, mesmo Miller tendo provido “um dos cálculos cronológicos mais precisavamente ‘elaborados e aperfeiçoados’ das profecias bíblicas mostrando o iminente cumprimento desse evento [2ª vinda de Cristo]” (p. 15), esse pioneiro não foi o primeiro a realizar esse tipo de estudo em torno de Daniel 8:14. Na p. 14 Timm informa que antes de Miller “muitos intérpretes protestantes ficaram convencidos, mediante estudos das profecias bíblicas, de que Cristo viria em seus dias”.

Na obra Questões Sobre Doutrina (ed. de 2009), também negligenciada por Luciano Sena, na página 233, são mencionados eruditos protestantes que assim como Miller chegaram ao ano de 1843 no estudo de Daniel 8:14 antes do fundador do milerismo. Na referida obra são mencionados John A. Brown, que publicou suas convicções em 1810; Birks, em 1843; William C. Davis, também em 1810, que do mesmo modo olhava para os anos 1843, 1844 ou 1847 como marcando o início de acontecimentos importantes na profecia bíblica. Entre esses eruditos que chegaram a tais conclusões antes mesmo de William Miller se destacam também o Dr. Joshua L. Wilson, da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana; o bispo episcopal John P. K. Henshaw; Alexander Campbell. Mais de 60 homens no começo do século 19 aguardavam o término da profecia de Daniel 8:14 (2.300 tardes e manhãs) para uma dessas três datas.

Mais uma vez o responsável pelo Ministério Cristão Apologético (MCA) vergonhosamente distorce o adventismo motivado muito mais pelo preconceito do que pelo amor à informação e à precisão acadêmica.

4º: Sobre a expiação realizada pelo bode Azazel, que cremos ser Satanás, não se pode realizar uma exposição do que pensa o adventismo sobre o assunto sem a leitura do capítulo “O Significado de Azazel”, da obra Questões Sobre Doutrina (publicada na década de 50), disponível em português desde 2009. Na p. 286 da referida obra Sena saberia que a identificação de Azazel com Satanás (reconheço que é um assunto muito controverso entre adventistas e evangélicos) não é feita apenas por adventistas, mas, por eruditos de outras confissões religiosas, entre eles Samuel M. Zwemer, presbiteriano.

Já a leitura das páginas 288-290 revelaria ao palestrante que, na concepção adventista, a expiação de Azazel não era vicária, mas, retributiva. Por isso, pôde ser afirmado em tal obra, com a consciência tranquila diante de Deus, que “Os adventistas do sétimo dia rejeitam, portanto, inteiramente qualquer ideia, sugestão ou inferência de que Satanás seja em certo sentido ou medida o portador de nossos pecados. Esse pensamento nos causa horror, é terrivelmente sacrílego [...]” (p. 289).

Infelizmente, esse tipo de acusação também faz parte da teologia sistemática de Franklin Ferreira e Alan Myatt (São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 615-617), mas, após concluir minha dissertação intitulada “Críticas aos adventistas na mídia brasileira”, mandarei uma cópia aos referidos autores, na esperança de que corrijam esse tremendo erro.

5º: Ao citar a obra Nisto Cremos, Sena literalmente reinterpretou a crença fundamental número 18 (“O Dom de Profecia”) para afirmar que “seguimos Ellen G. White”. Se ele tivesse lido (ou não ignorado) a página 289, teria informado aos alunos do Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição que “Os escritos de Ellen White não constituem um substituto para a Bíblia. Não podem ser colocados no mesmo nível. As Escrituras Sagradas ocupam posição única, pois são o único padrão pelo qual os seus escritos [de Ellen White] – ou quaisquer outros  – devem ser julgados e ao qual devem estar subordinados”.

É incrível como ele não faz questão de informar isso aos alunos do curso que, devido à tendenciosidade de Luciano Sena e sentimento antiadventista (revelado nas diversas vezes em que diz “não gostar de nada que venha de Ellen G. White”), receberam informações secundárias e de péssima qualidade.

A leitura de minha réplica ao Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP) intitulada “A visão contaminada do CACP” teria esclarecido a ele que os adventistas, ao crerem que Ellen G. White é mensageira de Deus, não a colocam no mesmo nível de importância que as Escrituras. O fazem apenas no que diz respeito ao grau de inspiração, por não crerem que profetas não-canônicos sejam menos inspirados que profetas canônicos (cf. 2Cr 29:29; 8:29).

O artigo em que refuto as alegações de João Flávio Martinez pode ser lido clicando aqui . No referido post apresento a posição oficial da IASD, bem como a compreensão de Ellen G. White a respeito dos próprios escritos e sua relação com a Bíblia.

6º: Ao comentar sobre a Inerrância Sena diz que “suspeita” ser Ellen White adepta da Inerrância absoluta, para argumentar que os adventistas atualmente “negam” a posição da própria profetisa. Não sei como um pesquisador pode chegar a uma conclusão dessas ao ler os que ela escreveu sobre o assunto na obra Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 21. Em 1886 ela afirmou:

A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e exprimir-se de Deus. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Os homens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Se pôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritores da Bíblia foram os instrumentos de Deus, não Sua pena. Olhai os diversos escritores.

Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem ou em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A mente divina é difusa. A mente divina, bem como Sua vontade, é combinada com a mente e a vontade humanas; assim as declarações do homem são a Palavra de Deus.

Na página 22 ela continua explicando sua posição sobre o processo de inspiração das Escrituras sem dar qualquer margem para a opinião infundada de Luciano Sena de que ela, “talvez”, acreditasse na Inerrância absoluta.

Na mesma palestra Sena se contradiz. Enquanto ele “acha” que Ellen G. White cria na Inerrância absoluta, num determinado momento ele afirma que os adventistas “rejeitam a Inerrância [absoluta] por causa de Ellen G. White”. Essa contradição aberta revela que Sena desconhece por completo a posição de Ellen White sobre o método de inspiração das Escrituras, e que ele foi bastante arrogante em querer colocar “na boca” da co-fundadora do adventismo algo que ela nunca sonhou em dizer.

Avalie, irmão e Reverendo Ageu, o tipo de informação que tal palestrante levou até os alunos do Seminário Presbiteriano JMC e veja se esse vídeo no YouTube, assistido até o momento por mais de 700 pessoas, não compromete a credibilidade acadêmica de uma Instituição séria como a de vocês.

Além disso, Sena não fez questão de informar aos alunos que a crença adventista na autoria humana da Bíblia nada tem a ver com a posição dos teólogos liberais. Se ele tivesse lido atentamente o capítulo “A Natureza da Bíblia: Isenta ou Repleta de Erros?”, escrito por Samuele Bacchiocchi (citado repetidas vezes por Luciano Sena) na obra Crenças Populares: o que as pessoas acreditam e o que a Bíblia realmente diz (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012), p. 11-47, teria informado aos alunos que, mesmo não sendo Inerrantes absolutos por crer que a Bíblia é a perfeita Palavra de Deus na imperfeita linguagem humana, cremos que “As Escrituras Sagradas são a infalível revelação de Sua vontade. Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o autorizado revelador de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na história” (Nisto Cremos, 2003, p. 14).

Isso é tão evidente para o pesquisador sério que nunca fomos questionados severamente por isso, considerando que estamos entre os poucos que creem na literalidade dos primeiros 11 capítulos do Gênesis – o que é vital para nossa mensagem em torno da doutrina do sábado como lembrete do Deus Criador, Mantenedor e Salvador (Êx 20:8-11; Hb 4).

Além disso, no livro Conselhos Para a Igreja Ellen White dedica o capítulo 13 para exaltar a Bíblia como sendo a Palavra de Deus e não apenas como um livro que “contenha” tal Palavra.

7º: Também absurda e inverídica é a afirmação de que “os adventistas creem que em cada mundo há seu próprio Adão e que só o nosso caiu”. Não é isso o que o Nisto Cremos (ed. de 2008), p. 90 e 91, afirma. Na referida obra o termo “Adões” no plural é empregado, realmente, como referência a seres de mundos não caídos (com base em Jó 1:6-12), porém, não há a mais remota ideia de que “cada mundo tenha seu próprio Adão”. O termo plural usado no contexto se refere aos “Filhos de Deus” (Jó 1:6-12) de mundos não caídos, de modo que a “explicação” de Sena é pura invenção da própria mente dele, resultante de uma leitura superficial ou manipulação do texto do livro Nisto Cremos.

8º: Desconheço até o momento qualquer fonte primária adventista que afirme ter sido a Igreja Católica quem “inventou o domingo”. Na verdade, a leitura de algumas obras essenciais revelam que mesmo os adventistas sendo convictos de que a observância do domingo esteja intimamente relacionada ao papado (veja-se O Grande Conflito, p.p. 54, 446, 449 e 579), a história da observância do domingo é muito mais abrangente do que isso. Se ele tivesse lido, por exemplo, a obra The Sabbath in Scripture na History, editada por Kenneth A. Strand e publicada em 1982, ele veria que os eruditos adventistas abarcam a substituição do sábado pelo domingo de uma perspectiva histórica bem mais sólida especialmente na segunda parte do livro, intitulada “Sabbath and Sunday In Christian Church”. Sete capítulos foram dedicados ao assunto, sem que a origem do domingo tenha sido atribuída unicamente ao papado.

Outra obra muito útil para o palestrante seria o livro de Alberto R. Timm, intitulado O Sábado na Bíblia, publicado em 2010, onde o autor faz menção à tese de Samuele Bacchiocchi defendida na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, intitulada “From Sabbath to Sunday: A Historical Investigation of the Rise of Sunday Observance in Early Christianity”. A mesma foi publicada em 1977 e nela se percebe que, além de o papado ter certa influência no estabelecimento do domingo, a origem da observância do primeiro dia foi na igreja de Roma, por volta do 1º século, entre cristãos primitivos que observaram o sábado juntamente com o domingo. O papado entra em cena alguns séculos depois, bem como o edito de Constantino em 321 d.C que exaltou o domingo, apenas na esfera civil.

O fato de Luciano Sena utilizar dessa metodologia antiacadêmica não me surpreende porque já tive diversos contatos com ele, dando respostas às suas acusações sem, contudo, obter da parte dele pelo menos um reconhecimento de que errou na forma como citou as fontes primárias.

Porém, quando a questão envolve um Seminário Teológico como o JMC, a coisa fica mais séria porque alunos estão obtendo informações falsas que, além de desonrar a Deus (Êx 20:16), podem comprometer todo um trabalho de ensino realizado por profissionais comprometidos como vocês. Por isso, assisti a toda a palestra no YouTube e decidi escrever e telefonar para o Reverendo.

Há muita coisa que ele disse sobre a teologia da Lei, da Expiação e da Trindade que não refletem o posicionamento oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Porém, não me delongarei mais do que já fiz porque não devo ocupar seu tempo que, com certeza, é precioso em vista dos seus diversos compromissos acadêmicos.

Despeço-me agradecido por sua atenção que me foi dispensada, colocando-me à sua disposição para maiores esclarecimentos e, ao mesmo tempo, confiante de que, com base nessas informações, o Reverendo tomará as devidas providências.

Um abraço,

 

Leandro Quadros.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas informações e argumentação extraída de fontes primárias, é possível amigo (a) leitor (a) crer na qualidade da investigação de Luciano Sena? Pode-se concordar com a afirmação do respeitável Reverendo Ageu Cirilo de Magalhães Junior, de que para cada argumento meu Sena “tem contra-argumentação bem plausível”?

Espero com ansiedade o dia em que o sentimento adventismo não comprometa de maneira tão significativa a pesquisa de um oponente.

Desejo de coração que os alunos desse respeitável seminário presbiteriano tenham à disposição deles as fontes primárias, fornecidas pelo próprio Seminário, que eventualmente possam comprovar a “plausibilidade” da contra-argumentação de Luciano Sena.

Um abraço a todos.

 

[www.leandroquadros.com.br/livros]

 

 


A Visão Sectária do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP) a respeito da Lei de Deus.

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Cuidado Com as Seitas

 

Há alguns meses li um artigo na revista “Apologética Cristã” (MAS editora) intitulado “Adventistas admitem erro na interpretação da lei”.

 
Da autoria de Paulo Cristiano da Silva, vice-presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP), o material se propõe a mostrar que teólogos adventistas como Samuele Bacchiocchi e Wilson Paroschi, por exemplo, apresentam uma “nova teologia” sobre a Lei, admitindo que não existe base exegética para a distinção entre leis morais, cerimoniais, civis, etc.

 
Além disso, o autor alega que a distinção entre lei moral e cerimonial “serviu de álibi” para os adventistas “escaparem de textos claros que mostram a ab-rogação de toda a lei em 2 Coríntios 3:7-11 e Colossenses 2:14” (“Apologética Cristã”, p. 7).

 
Em vista dessas e outras alegações, elaborei uma resposta ao texto de Paulo Cristiano onde analiso esses pressupostos à luz de um contexto mais amplo. Publicado pela Revista Teológica Kerygma, do Centro Universitário Adventista em Engenheiro Coelho, SP, o artigo intitula-se “Os adventistas e a identidade da lei em Gálatas”. Nesse material evidencio, após a consulta de algumas fontes primárias básicas, que Silva foi bastante parcial e, quem sabe, tendencioso em sua abordagem.

 
Ele desconsiderou, por exemplo, que desde o ano 1900 Ellen G. White já ensinava que a Lei mencionada em Gálatas é tanto a moral quanto a cerimonial. Também não informou ao leitor que a distinção entre leis bíblicas não representa uma “invenção adventista”, mas é parte da herança evangélica protestante que os pioneiros do adventismo trouxeram consigo.

 
Após a leitura da resposta que dei a ele, você perceberá que os pioneiros adventistas eram bem mais protestantes que o Centro Apologético Cristão de Pesquisas em sua abordagem à Lei de Deus. Não será difícil perceber que a abordagem do CACP vai contra os principais credos protestantes que ensinavam a eternidade da Lei, apesar de ser ensinada a observância do domingo no lugar do sábado.

 
Em suma: a abordagem de Paulo Cristiano da Silva (de que a lei foi abolida) é bastante sectária por desconsiderar que a doutrina da justificação pela fé exige que a lei seja eterna. Por isso, o CACP e não o adventismo é que merece ser considerado sectário e herético, por diferir radicalmente da compreensão protestante tradicional sobre a validade da Lei de Deus e seu papel na vida do crente (não como meio de salvação, mas, como resultado de um coração transformado pela graça – Ef 2:8-10; 2Co 5:17).
Afinal, a morte de Cristo, como bem destacou a Bíblia de Estudo Plenitude (de origem protestante):

 
“As leis morais de Deus não são abolidas pelo evangelho de Cristo. Ao invés disso, todo o plano de salvação, incluindo a obediência de Cristo à Lei por nós e sua morte para pagar a penalidade por termos violado a Lei, mostra que os padrões morais de Deus são eternamente válidos” (Bíblia de Estudo Plenitude [Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001], p. 1155. Nota referente a Romanos 3:31).

 
Você poderá ler o artigo completo que analisa as afirmações do referido articulista do CACP no site da Revista Teológica Kerygma clicando aqui.

 
Após análise do que escrevi, o leitor poderá se perguntar: em vista desses fatos e com base nas fontes primárias apresentadas, Paulo Cristiano da Silva terá humildade para reconhecer sua parcialidade e superficialidade histórica em abordar a compreensão adventista da Lei em Gálatas?

 
Apenas ele poderá dar essa resposta.

 

 

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